Crítica - Ad Astra - Engenharia do Cinema

publicado em:30/09/19 12:00 PM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto

James Gray vem sido um dos novos grandes nomes do “blockbuster de arte” em Hollywood. Me refiro a ele desta forma, pois em meio a diversas produções genéricas com o principal pressupor de apenas render dinheiro e não fazer o público pensar, Gray optou por fazer os dois. Seja com o drama “Amantes”, o policial “Os Donos da Noite” e a aventura “Z: A Cidade Perdida”, em todos a narrativa pressupunha fazer o público filosofar. Em “Ad Astra” posso dizer que não foge destes paradigmas.

Imagem: Francois Duhamel (Divulgação: Fox Film Brasil)

A trama mostra o astronauta Roy McBride (Brad Pitt), onde após sofrer um acidente em sua estação espacial, acaba descobrindo que o principal culpado pode ter sido o seu Pai (Tommy Lee Jones), em uma tentativa para tentar se comunicar com a Nasa. Como este foi declarado como morto há mais de 15 anos, Roy é colocado em uma missão secreta para tentar resgatá-lo em Júpiter, último local onde ele estabeleceu comunicação.

Imagem: Francois Duhamel (Divulgação: Fox Film Brasil)

Começo destacando que Gray opta por aproximar o espectador de Roy da forma mais clara o possível: lhe colocando como um narrador onisciente, mediante a tudo que está acontecendo. Durante grande parte do filme, o enquadramento é focado em seu rosto explanando suas expressões de medo, tristeza, loucura e duvida. Apesar de ser uma excelente atuação de Pitt, acredito que ele não figurará no Oscar por este filme, mas sim por “Era Uma Vez Em… Hollywood” (e levará o prêmio de ator coadjuvante). Porém não existe mérito em cima das outras atuações como a do próprio Jones, Donald Sutherland, Liv Tyler e Ruth Negga, pois é um filme visto APENAS sobre personagem de Pitt.

Já em questão ao longa em contexto de roteiro, ele possui muitas referências a clássicos como “Mad Max 2: A Caçada Continua”, “2001 – Uma Odisseia no Espaço” e os recentes “Árvore da Vida” (estrelado pelo próprio Pitt), “Gravidade” e “Interestelar”. Mas Gray presta APENAS uma homenagem aos citados, e em nenhum momento ele realiza uma cópia genérica (como normalmente fazem).

Os efeitos visuais (destaque para a cena do arco final e do “racha” na lua), a fotografia e a edição de som estão muito boas (pelo qual são enaltecidos ainda mais com a tecnologia da sala IMAX, onde conferi o longa), mas a mixagem do som soa um pouco estranha. Em determinados momentos ouvimos o som nas explosões do espaço, mas em outros literalmente não ouvimos nada. Independente das leis da física, ficou bem estranho (alias, se levarmos em conta esse quesito, ficaremos com raiva e não vamos curtir o filme).

“Ad Astra” é realmente um dos melhores longas do ano, mas acho que não figurara dentre as principais categorias do Oscar, a não ser as técnicas.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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