Crítica - Turma da Mônica: Lições - Engenharia do Cinema
Após o estrondoso sucesso de “Turma da Mônica: Laços“, em 2019, era óbvio que iríamos ter muitos outros filmes da franquia criada por Mauricio de Sousa. Sendo bastante impactado pela pandemia, devido a ela ter começado durante as gravações, o mesmo demorou um ano para chegar aos cinemas. E confesso, que nesta altura do campeonato, o cineasta Daniel Rezende conseguiu achar a tonalidade certa para conceber as produções da Turma da Mônica e vemos que este “Turma da Mônica: Lições” só comprova isso.
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
Após Mônica (Giulia Benite), Cebolinha (Kevin Vechiatto), Magali (Laura Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira) se esquecerem de fazer uma importante lição de casa, eles resolvem fugir da escola para realizar a mesma e entregar no dia seguinte. Mas após este plano dar errado, eles acabam ficando divididos devido ao fato de seus pais os colocarem em atividades extracurriculares, e principalmente ao fato de Mônica ter ido estudar em uma nova escola.
Imagem: Paris Filmes (Divulgação)
O roteiro de Thiago Dottori e Mariana Zatz, consegue captar o espectador pela verossimilhança com a realidade vivida por muitos, durante a época de infância/escola. Quem cresceu até os anos 2000, facilmente conseguirá ver muito das raízes em cena, principalmente pelo debate que a produção levanta “será que ainda estamos crescendo?”. Inclusive o quarteto protagonista dá conta do recado, porém como estamos falando de atores mirins iniciantes, eles vão melhorando aos poucos e eles já demonstraram isso em relação ao antecessor.
Só que estamos falando de uma produção voltada para o público infantil, e certamente os produtores pensaram “vamos deixar com uma duração de no máximo 90 minutos, para não cansar as crianças”. É nesta hora que vemos o quão bons nomes como Isabelle Drummond (Tina), Malu Mader (professora da Mônica) e Augusto Madeira (professor de natação do Cascão) são totalmente remetidos a meras cenas com frases de efeito (às vezes, nem isso). Podem até terem mais cenas com estes personagens, porém certamente veremos em algum extra de mídia física ou em streamings (uma pena).
“Turma da Mônica: Lições” acaba se mostrando melhor que seu antecessor, e só comprova que ainda há muito para ser explorado no universo de Mauricio de Sousa.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.