Crítica - Interceptor - Engenharia do Cinema
Certamente estamos falando de um dos mais vergonhosos projetos lançados pela Netflix, neste ano de 2022. Tendo como protagonista a esposa do ator Chris Hemsworth (que faz uma ponta neste filme, como um vendedor de televisão), Elsa Pataky (da franquia “Velozes e Furiosos“), “Interceptor” é o típico longa cuja proposta é vender que uma “mulher pode ser mais inteligente e durona que todos os homens em sua volta” e acaba falhando miseravelmente por conta de vários erros esdrúxulos do roteiro.
Imagem: Netflix (Divulgação)
A história tem início com a Capitã J. J. Collins (Pataky) sendo colocada em uma base dos EUA, em meio ao oceano. Embora tudo pareça normalmente calmo, o local acaba sendo dominado por uma equipe de terroristas russos, que planeja lançar vários mísseis contra os EUA. O que faz Collins ter de proteger a sala de comando central do local, do grupo.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Já começo enfatizando que o roteiro de Matthew Reilly (que também assina a direção) e Stuart Beattie tem o único propósito de tentar vender a protagonista como a única pessoa inteligente do filme e todos os outros (especialmente os homens) são burros. A começar que mesmo ela protegendo a porta da sala, há uma “saída de emergência” com a porta aberta o tempo todo (inclusive, em uma hora, surge dali um oriental aleatoriamente para lutar com ela). Os terroristas são vendidos como inteligentes, mas em momento algum cogitaram entrar massivamente por lá, também? (sim, isso me incomodou bastante).
Isso sem citar que a direção é péssima, e parece ter apenas dito para os atores “decorem suas falas e repitam para a câmera” (já que todos os atores estão péssimos). Chega a ser vergonhoso até mesmo a fotografia de Ross Emery se assemelhar com uma produção totalmente caseira, com preocupação zero ao pelo menos criar alguma tonalidade nas cenas de suspense (afinal, estamos falando de um filme onde era necessário isso).
“Interceptor” acaba sendo uma das mais vergonhosas produções da Netflix, cujo o único propósito é vender uma protagonista feminista e independente, se esquecendo totalmente dos furos exorbitantes do roteiro.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta e Critico de Cinema, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.