Crítica - Sobrenatural: A Porta Vermelha - Engenharia do Cinema
Existem filmes que mesmo sendo ruins, conseguem ter um aspecto técnico muito bom. E isso se encaixa perfeitamente no contexto deste “Sobrenatural: A Porta Vermelha“, que se trata do quinto filme da cinessérie, cuja motivação dele ter sido feito não vai além da bilheteria fácil (uma vez que ele já se pagou em seu primeiro fim de semana, tendo custado cerca de US$ 16 milhões e rendido US$ 74 milhões).
Sendo a estreia do ator Patrick Wilson (“Watchmen”) na direção de longas, realmente o próprio consegue exercer bem a função, mas deu azar de pegar um texto fraco. Embora estejamos falando de uma franquia criada por Leigh Whannell (responsável pelo ótimo “O Homem Invisível”) e James Wan (que junto aquele também criou a franquia “Jogos Mortais”).
Imagem: Sony Pictures (Divulgação)
A história ocorre dez anos depois do original, com Josh (Wilson) levando seu filho Dalton (Ty Simpkins) para sua universidade de artes. Porém, após este realizar um desenho de uma porta misteriosa, ele traz de volta a possibilidade de ambos conseguirem embarcar em uma realidade paralela à nossa, pelas quais eles podem encontrar seres diabólicos.
Imagem: Sony Pictures (Divulgação)
À todo momento fica claro que Wilson está familiar com este universo, ao saber se comportar e retratar todos os seus personagens (principalmente Josh e Dalton). Tanto que para embarcar melhor nesta jornada, é necessário ter visto os dois primeiros filmes da franquia (uma vez que este é continuação direta do segundo).
Mas quando passamos a raciocinar o roteiro de Scott Teems (que também escreveu o horrendo remake de “Chamas da Vingança“), sentimos que não há uma retratação aprofundada com os protagonistas e coadjuvantes. Inclusive, Simpkins está bem canastrão (para quem o viu recentemente em “A Baleia“, sabe o que estou falando) e Wilson bastante “perdido” (não sabendo discernir bem os momentos de drama e medo).
Até acontecer alguma coisa realmente relevante, já notamos que o próprio está se aproximando de seus 30 minutos finais, e o tempo foi totalmente perdido em arcos em festinhas, sustos previsíveis (embora alguns ainda funcionem, pela direção ótima de Wilson) e retorno de personagens como a médium Elise Rainier (vivida pela sempre ótima, Lin Shaye), e a agora ex-esposa de Josh, Renai (Rose Byrne).
“Sobrenatural: A Porta Vermelha” é mais um devaneio do cinema de horror, neste ano nos cinemas e acabará não só passando em branco por ter sido lançado na pior época, como também não nos mostrar nada de interessante para a franquia.