Crítica | Premonição 6 - Laços de Sangue - Engenharia do Cinema

Ame ou odeie, a franquia “Premonição” é uma das mais bem-sucedidas do gênero de terror nos últimos anos. Com uma bilheteria total de quase US$ 700 milhões em seus cinco últimos filmes, pelos quais cada um contava com um orçamento médio de US$ 25 milhões, a série foi uma verdadeira mina de ouro para a Warner Bros.
Após o lançamento do quinto capítulo, a franquia foi colocada na geladeira. Com o surgimento da HBO Max, chegou-se a cogitar que o sexto filme seria lançado diretamente na plataforma. No entanto, com a aquisição do estúdio por David Zaslav, a decisão foi alterada e o projeto foi concebido para os cinemas, o que se revelou uma escolha acertada.
Após sonhar com um acidente fatal em uma torre envolvendo sua avó Iris (Brec Bassinger), Stefani Reyes (Kaitlyn Santa Juana) decide investigar o que realmente aconteceu. Então ela descobre que, de fato, ela impediu a tragédia na época, e por isso, a Morte passou a perseguir os sobreviventes do episódio e seus descendentes.
No quarto filme, uma das principais críticas foi o desgaste da fórmula. Já o quinto capítulo trouxe uma leve reformulação. Se ambos ainda apostam no 3D como um atrativo, o sexto longa segue o mesmo caminho do antecessor, evitando o óbvio e ampliando as possibilidades da narrativa.
Sem entrar no mérito dos spoilers, enquanto nos filmes anteriores havia uma construção linear até que a morte se manifestasse, o roteiro escrito por Jon Watts, Guy Busick e Lori Evans Taylor questiona se “ela realmente aconteceria naquele instante?”
Os diretores Zach Lipovsky e Adam B. Stein exploram bem esse estilo, optando não apenas por criar uma atmosfera de suspense e terror, mas também cômica em alguns momentos.
Com sequências de morte bastante impactantes, inclusive uma delas é uma das mais pesadas de toda a franquia, o que justifica a censura para maiores de 18 anos, os mais sensíveis talvez queiram evitar o filme.
O maior problema, no entanto, está nos personagens. Enquanto Alex (Devon Sawa) e Wendy (Mary Elizabeth Winstead) se tornaram figuras marcantes da saga, Stefani parece mais uma coadjuvante do que a protagonista. Mal escrita e sem carisma, dá a impressão de que o foco original seria em Iris jovem, ou até mesmo em seu neto Erik (Richard Harmon), que acaba roubando a cena.
A grande alma da produção é o misterioso William Bludworth, interpretado por Tony Todd, que faleceu pouco após concluir as gravações. Em sua interação com os protagonistas, sentimos não apenas o respeito por sua figura icônica, mas também um clima delicado de despedida.
“Premonição 6: Laços de Sangue” renasce das cinzas uma poderosa franquia e, ao que tudo indica, novos títulos devem surgir nos próximos anos.
