Crítica | Lilo & Stitch - Engenharia do Cinema

Diante de um cenário envolvendo fracassos consecutivos, a nova gestão da Disney não pensou duas vezes em dar mais destaque para a versão live-action de “Lilo & Stitch”, que originalmente seria um lançamento exclusivo da plataforma Disney+.
Seguindo a clássica receita do “entregar o que os fãs querem”, somada a uma massiva campanha de marketing que vem sendo feita há mais de um ano, com excessivas inserções do personagem em produtos e na cultura pop, pode-se dizer que a adaptação se tornou um dos maiores sucessos na história do estúdio.
Até a publicação deste texto, a produção já havia arrecadado US$ 400 milhões mundialmente e custou apenas US$ 100 milhões. Inclusive, esses números tendem a subir muito mais.
A história é a mesma da animação de 2002, onde a garotinha órfã Lilo (Maia Kealoha) vive com sua irmã Nani (Sydney Agudong) no Havaí. Solitária, ela pede a uma estrela cadente que lhe “traga um melhor amigo”. Então, surge o misterioso alienígena Stitch, que ela acaba adotando como um cachorro. Entretanto, Lilo não imagina que ele está sendo procurado por outros seres.
Na animação de Chris Sanders e Dean DeBlois, a graça se dava pelo formato de esquetes em que era apresentada a relação entre os protagonistas, seja o jeito bagunceiro e trapalhão de Stitch, mesclado com o estilo duro e carinhoso de Lilo. Isso não só continua, como é o carro-chefe do próprio filme.
Embora o texto tenha alterado levemente algumas coisas, apenas com o intuito de deixá-lo mais humano, a sensação é de que agora o foco do roteiro foi mais transparecer o significado de Ohana, em vez de explorar as subtramas que personagens como Jumba (Zach Galifianakis) e Pleakley (Billy Magnussen) poderiam render.
Só que, por se tratar de uma produção originalmente voltada para uma plataforma de streaming, é perceptível que o próprio estúdio buscou algumas facilidades narrativas, como evitar o uso excessivo de efeitos visuais e menos canções e citações a Elvis Presley. Mesmo assim, eles estão bem conduzidos, e o próprio Stitch está bem realizado.
“Lilo & Stitch” mostra que não é preciso muita complexidade para adaptar uma obra já estabelecida e conseguir agradar os fãs do original.
