MARVEL É CINEMA: "Doutor Estranho" - Engenharia do Cinema

publicado em:12/11/19 12:00 PM por: Gabriel Fernandes Críticas

Em meio as discussões de diversos cineastas de renome, sobre a Marvel fazer ou não cinema, o “Engenharia do Cinema” resolveu desenvolver o quadro “Marvel é Cinema”. O propósito será fazer uma revisão diária de pelo menos dois longas do estúdio, de “Homem de Ferro”, até o grande “Vingadores Ultimato”.

Depois de exercer duas fases com tremendos sucessos e produções de qualidade, eis que o primeiro da terceira fase, “Doutor Estranho”, chegou aos cinemas causando um tremendo alvoroço.
Primeiro porque o protagonista é vivido pelo queridinho dos Geeks e cinéfilos: Benedict Cumberbatch (que na televisão interpreta o detetive Sherlock Holmes, e é dono de uma voz tão marcante quanto a do Morgan Freeman); Segundo que sua fotografia e efeitos visuais são de extrema qualidade; E o terceiro é que o Dr. Estranho é um dos principais nomes dos quadrinhos da Marvel. Porém ao termino desta produção, vemos que apesar dela cumprir o que prometeu, a mesma continua seguindo os “Padrões Cinematográficos Marvel”.

Imagem: Marvel (Divulgação)

A começar pela história de origem, que é relativamente bem narrada, onde vemos Stephen Strange (Cumberbatch) sendo um dos principais nomes da medicina e consegue resolver qualquer problema médico que lhe é proposto. Porém ao sofrer um acidente de carro, ele acaba perdendo o movimento das mãos. Depois de todas as tentativas da medicina falharem, ele decide fazer uma viagem com o propósito de descobrir alguma cura. Em uma de suas trilhas, ele esbarra com o misterioso enclave Kamar-Taj, em Katmandu, onde os misteriosos Mordo (Chiwetel Ejiofor, que já trabalhou com Cumberbath em “12 Anos de Escravidão”) e Anciã (Tilda Swinton), lhe mostram que o local não é somente uma casa de cura, mas sim uma linha de frente contra forças malignas misticas, onde somente truques de magia são capazes de detê-los.

Nesse desenvolvimento do protagonista, ele se assemelha e muito com Tony Stark, no primeiro “Homem de Ferro” (o cara metidão e rancoroso, que gosta de uma garota e conforme ele amadurece, vai aprendendo uma lição (praticamente o enredo de um filme do Adam Sandler)). Vemos que Benedict realmente nasceu para o papel, e que seu carisma é realmente um dos pontos altos do longa. Seus momentos com Ranchel McAdams (“Spotlight”), que vive seu interesse amoroso não são só ótimos, como também são de alivio cômico para o longa (uma delas, lembra e muito o primeiro “Homem de Ferro”).Enquanto a anciã tem um mistério meio suspeito envolto dela, que é outro dos pontos fortes do longa. Ejiofor e Benedict Wong, estão competentes no papel e o segundo chega a roubar algumas cenas, com alguns momentos de alivio cômico.

Imagem: Marvel (Divulgação)

Porém quando somos apresentados ao vilão principal, Kaecilius (Mads Mikkelsen) é o momento que nos tocamos o quão genérico o estúdio ainda está em alguns pontos. O motivo dele é tão banal e batido, e em momento algum vemos algo realmente ameaçador para torcemos pro Strange acabar com ele. Porém o embate dele contra o Dormandu é um dos mais engraçados e divertidos da Marvel (tendo rendido muitos memes, até hoje).

Agora no quesito direção, Scott Derrickson (que também assinou o roteiro com Jon Spaihts e C. Robert Cargill) foi extremamente competente em seus arcos. Ele soube apresentar claramente quem era Stephen Strange, as consequências de seu acidente (que foi um dos pontos altos do longa) e seu desenrolar até se tornar um mago supremo. Momentos cômicos (incluindo quando o Tio Lee aparece) e dramáticos são bem dosados também, e não atrapalham o desenrolar do enredo. Os efeitos visuais e a fotografia estão realmente incríveis, mas infelizmente não conseguiu faturar um Oscar nesta categoria.

“Dr. Estranho” é basicamente um reboot do primeiro “Homem de Ferro”, onde vemos que a Marvel mais uma vez conseguiu acertar, usando exatamente a mesma fórmula de suas produções anteriores. Acredito que a sua sequência, que será lançada em 2021, corrigirá todos os erros deste e o superará e muito.

Além do mais temos uma cena pós créditos que da a entender que Mordo, virará um dos próximos vilões do personagem.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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