Crítica - As Golpistas - Engenharia do Cinema
Desde quando ocorreram as primeiras exibições de “As Golpistas” ,em festivais de cinema pelo mundo, o burburinho cresceu sobre uma possível indicação ao Oscar de atriz coadjuvante para Jennifer Lopez. Finalmente sendo lançado no Brasil, a grande questão que fica é se realmente ela merece este feito. E a minha sincera resposta é SIM!
A história mostra a stripper Destiny (Constance Wu), contando para uma jornalista (Julia Stiles), sobre quando ela e sua amiga de trabalho Ramona (Jennifer Lopez), resolveram criar métodos nada ortodoxos, para conseguir clientes após a crise financeira de 2008. Sim, estamos falando de uma trama verídica.
A direção e roteiro de Lorene Scafaria (“Procura-se Um Amigo Para o Fim do Mundo”), presta uma clara homenagem aos longas de Martin Scorsese (mais precisamente “Os Bons Companheiros”), para contar essa história de ascensão e queda. Apesar da protagonista ser a própria Wu, Lopez acaba não só sendo a líder do grupo das strippers, como também rouba o filme para ela. Sua atuação é realmente impressionante, principalmente como ela dosa a comédia, drama e sensualidade em cena. Se houver uma indicação ao Oscar, será merecida (mas dificilmente ela vai levar).
Já aviso de antemão que se tivesse em mãos erradas, iriam usufruir ao máximo da pornochanchada. Mas Scafaria sabe que o foco do longa não é esse, e apesar de ter algumas cenas um tanto que “pesadas” (nada muito impressionante) é notório que em alguns determinados momentos, haviam necessidade.
“As Golpistas” tem uma história conhecida e não apresenta nada de inovador. Mas o estilo Scorsese de contar história, transforma-se no grande chamariz para transforma-lo em um divertido longa de roubo.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.