Pedro Almodóvar já se mostrou há tempos um dos melhores diretores do cinema no mundo, e na Europa. Quando vemos um longa com seu nome envolvido na direção, roteiro e produção, já sabemos que é sinal de qualidade. Nem sempre ele se prende a um único gênero, mas sempre optou em ficar mudando os estilos. Porém seu foco mesmo é o drama, que é o gênero de “Dor e Glória”, seu primeiro longa em três anos, e retoma mais uma vez a parceria do diretor com Antonio Banderas e Penélope Cruz.

A história mostra o primeiro como Salvador Mallo, um famoso e renomado diretor de cinema em crise existencial, onde se vê tendo de fazer as pazes com Alberto Crespo (Asier Etxeandia) o antigo protagonista de um de seus maiores sucessos, pois ambos irão apresentar o filme em uma mostra cinematográfica. Só que esse momento o faz questionar diversos momentos de seu passado com sua mãe (Penélope Cruz).

Almodóvar procura fazer um retrato bastante intercalado da vida do protagonista. Sempre quando ele está decaindo de alguma forma no presente, voltamos ao seu passado para ver algo que o havia infringido. Mas o cineasta tem a preocupação eximia em explicar o que causa os problemas de saúde de Mallo, de uma forma onde não fiquemos sem entender o que está acontecendo, e assim adentrar ainda mais com o que estamos vendo.

Isso é ajudado ainda mais pela atuação de Banderas, que aqui conseguiu fazer um dos melhores trabalhos na carreira. Sim! Fazia tempos que não o via trabalhar tão bem (acho que desde “A Pele Que Habito”). Cruz também não decepciona, e mesmo tendo sido mencionada como “participação especial” a sua personagem é constante na narrativa. Etxeandia também consegue ser um nome forte no elenco (esse cara ainda vai crescer no cinema), porém da metade pro final o personagem dele decai, em relação aquela forte qualidade que possuía no inicio.

“Dor e Glória” é o tipico filme onde nós cinéfilos esperávamos ver no cinema em 2019, mesmo cientes sobre o fato de Almodóvar nunca conseguir decepcionar seu público.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.