Crítica - Meu Nome é Sara - Engenharia do Cinema

publicado em:9/03/20 10:30 AM por: Gabriel Fernandes CríticasTexto
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Lançado em uma época onde justamente bate de frente com “Jojo Rabbit” nos cinemas, “Meu Nome é Sara” chega a ser uma “versão séria” do citado. Digo isso, pois vemos a segunda guerra mundial na perspectiva de uma garota judia de 13 anos, chamada Sara (Zuzanna Surowy). Infiltrada como uma camponesa em uma casa de campo alemã, ela trabalha como babá e faz tudo na casa de um casal, que não demonstram serem os melhores acolhedores.

Imagem: James Lucy Productions/Divulgação

Já aviso de antemão que este filme não é para aqueles que possuem coração fraco. Há diversas cenas extremamente pesadas, que vão de violência à animais, à insinuação de estupro e afins. Mas tudo é bastante plausível, pois são exatamente coisas que ocorriam naquela época truculenta vivida pelo mundo.

Imagem: James Lucy Productions/Divulgação

Apesar de ter sido gravado na Polônia, o longa é falado 95% do tempo em inglês (algo que até hoje não consigo aceitar que o cinema não evoluiu). A protagonista interpretada por Surowy pega um papel tão ácido e complexo, que sua persona é feita mais pelos olhares ao invés dos gestos e diálogos. Como não havia formas dela se expressar na conversa ou fisicamente sua situação precária, acompanhamos seu desgaste apenas nos olhares.

Por incrível que pareça os antagonistas aqui não são nazistas, mas sim os camponeses que lhe abrigam e são interpretados por Eryk Lubos e Michalina Olszanska. Eles conseguem transpor um determinado sentimento de indignação no espectador, pela questão desumana que tratam Sara, mostrando que naquela época os nazistas não eram os únicos vilões. Mas mesmo assim eles conseguem ter seus lados humanos, quando necessário.

Mas como tudo não é às mil maravilhas, o diretor Steven Oritt peca um pouco na direção dos arcos dramáticos. Ao invés de deixar o silencio dominar a cena, ele sempre opta por uma música forte e gritante, antes de algo tenso acontecer. Isso acaba estragando à emoção do momento, e realmente faz a produção perder um pouco a qualidade.

“Meu Nome é Sara” é uma interessante pedida para quem adora longas com a temática de segunda guerra mundial, em uma perspectiva diferente das habituais.

Gabriel_Fernandes

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



A última modificação foi feita em:outubro 3rd, 2020 as 21:58


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