Crítica - O Chamado da Floresta - Engenharia do Cinema
Por mais fraca que seja a premissa de “O Chamado da Floresta”, este é um filme que conseguiu entrar para a história do cinema por ser o primeiro da 20th Century Studios, a agora divisão da Fox na Disney (que extinguiu nome “Fox” dos selos). Por se tratar disso, o marketing de divulgação do longa não foi tão forte assim, o que resultou num grande fracasso de bilheteria desta divertida produção de aventura.
Baseado no livro de Jack London, a trama mostra o cão Bucky, que acaba sendo sequestrado de sua casa e é levado para ser comercializado. Então ele acaba passando por diversas aventuras, que sempre acabam cruzando com o depressivo John Thornton (Harrison Ford).
Logo nos primeiros minutos facilmente você poderá se estranhar com o fato de Bucky ser inteiramente feito em CGI, assim como os outros animais e cachorros do filme. Honestamente ficou bem estranho, mas à medida que a narrativa flui, vemos que era um recurso necessário, pois era impossível treina-los para fazerem às coisas que a própria trama propunha. Felizmente o roteiro de Michael Green, nos faz se apaixonarmos por Bucky em menos de cinco minutos de projeção através de cenas habituais de longas do gênero (com cachorros fazendo trapalhadas, causando momentos hilários por onde passa e sempre terminando tomando broca dos donos).
O longa possui três arcos principais, onde o primeiro e segundo realmente são os mais fortes. Eles mostram, respectivamente, o inicio da trajetória de Bucky e como ele se descobriu um ótimo cão guia de trenós. Com direito a ótimos efeitos visuais nos cenários e momentos bastante tensos, não conseguimos lembrar que ainda se trata de um filme com Harrison Ford (que é conhecido por roubar a cena em todos os seus filmes). Este fica fixo apenas depois dos 50 minutos, e apesar dele viver um homem bastante devastado, infelizmente sua trama acaba sendo a que ficou com o pior desenvolvimento e com muitas questões sem serem respondidas. É nesta hora que o longa perdeu um pouco do gás.
“O Chamado da Floresta” não é o melhor filme de Harrison Ford, mas ainda sim consegue ser uma emocionante história de destino dentre um cão e seu dono.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.