Crítica - Hellboy (2019) - Engenharia do Cinema
Há anos os fãs do personagem Hellboy vem pedindo a produção de um terceiro filme, já que o segundo terminou com uma porta para um grandioso próximo ato. E os produtores de Hollowood ouviram? Sim, porém na onda dos reboots, decidiram “recomeçar” a franquia em outro estúdio, com outros atores, esquecer o que já foi feito e com um orçamento bastante reduzido fizeram outro enredo. Mas então, isso funcionou? Obviamente que em partes sim, mas beirando mais para o não.
O filme não é uma história de origem, mas vemos um Hellboy (David Harbour) trabalhado para a organização secreta chamada BPDP, que é voltada no combate ao sobrenatural. Mas ele se vê em um problemão, ao ter de enfrentar a bruxa Nimue (Milla Jovovich), que voltou a vida depois de milhares de anos.
Ao término da projeção, comentei com um amigo a respeito de ter evitado realizar comparações com os dois exemplares antecessores, comandados pelo Oscarizado Guillermo Del Toro. Porque eu simplesmente não iria conseguir embarcar na nova narrativa criada por Neil Marshall (de episódios da série “Game of Thrones”), se ficasse preso nesse pensamento.
Mas analisando esse novo filme, devo dizer sem receio que o roteiro escrito por Andrew Cosby, é uma bagunça total. Temos desde personagens descartáveis até cenas sem completo sentido para a narrativa central. E como os produtores contornaram esse problema? Colocaram dezenas de músicas populares como da Alice Cooper e Mötley Crüe (principalmente nas cenas de ação), para “esconder as falhas” dos espectadores mais desatentos. Mas quais falhas são essas, além das citadas? CGI bastante amador, frases de efeito ditas pelos personagens constantemente e personagens secundários sem sentido. O único grande acerto é no excesso de violência (há sangue adoidado, mutilação e etc.), pois, nos quadrinhos, os arcos envoltos ao Hellboy realmente são assim e os longas antecessores ficam sendo “infantis” perto deste.
Mas, no meio de tanto caos, devo dizer que uma das coisas mais gratificantes do filme é a atuação de Harbour. Vemos que independente do péssimo material que ele tinha em mãos, o ator estava a vontade no papel, o que fez com que nós nos interessarmos pelo protagonista ainda mais. O mesmo não se pode dizer da vilã vivida por Jovovich, pois além de sua atuação estar péssima, ela é extremamente genérica. Agora, os personagens dos atores Ian McShane, Daniel Dae Kim e Sasha Lane conseguem ter sua importância, mas não são explorados devidamente.
O novo “Hellboy” não é melhor do que os dois antecessores, muito menos uma grata surpresa que tivemos nesse ano. Mas entra pra lista dos reboots mais desnecessários da história.
Nota: 4,0/10,0
Imagens: “Adoro Cinema” e “IMDB”.