Crítica - Anon - Engenharia do Cinema
“Anon” possuía uma premissa genial, onde o diretor/roteirista Andrew Niccol (“O Preço do Amanhã”) costuma estabelecer mais uma vez um retratado de um futuro não muito distante, com uma crítica ácida aos detalhes que as evoluções tecnológicas deixam escapar. O que, por um breve momento, pode-se dizer que ele fez neste seu último longa, porém, a partir da metade do mesmo ele se perde um pouco em estabelecer o ritmo inicial pelo qual o longa havia levado.
A trama mostra o investigador Sal (Clive Owen), que possui uma tecnologia em sua mente que consegue enxergar como se fosse um verdadeiro computador, que ao visualizar uma pessoa, ele possui a capacidade de ver todo seu perfil e obter fatos mencionados pela mesma. Até que um dia, uma série de assassinatos começam a ocorrer, onde o sistema acaba deixando inviável a aplicação mencionada. É então que ele começa a suspeitar de uma mulher misteriosa (Amanda Seyfried), pelo qual ele começa a ter estranhas visões.
Um fator que achei bastante foi a questão da fotografia de Amir Mokri (“O Senhor das Armas”), pelo qual ele procura estabelecer um paradigma de que quando a narrativa acompanha a visão de Sal, vemos exatamente o que ele vê, porém, quando corta para outro personagem o aspecto decai para a terceira pessoa. Esse fator acabou trazendo uma imersão maior para a narrativa de Niccol, o que nos faz comprar sua ideia em poucos minutos. Porém, quando ele resolve juntar os personagens de Owen e Seyfried (que mesmo tendo ótimas atuações, não possuem química alguma), a trama começa a perder muito fôlego e aquela crítica que abordava as questões de privacidade sequer são mencionadas ou lembradas mais. Tudo começa a ficar um simples longa de ação, com toques breves de romance, dentre outras palavras, ele deixou virar outro filme.
“Anon” é uma pedida interessante para os fãs dos trabalhos antecessores de Niccol, assim como para quem curte algum longa de ficção na Netflix.
Nota: 7,0/10,0
Imagens: Reprodução da Internet