Crítica - Nasce Uma Estrela (2018) - Engenharia do Cinema
Se existe uma história mais referenciada e adaptada pro cinema, é a de “Nasce Uma Estrela”. Como já havia mencionado na analise do primeiro longa, de 1937, o enredo sempre funciona em quaisquer contextos, pois é de fácil atualização, independente do tema geral. Enquanto as duas primeiras englobavam o cinema, as duas últimas versões já partem para o mundo da música. Devo dizer com total certeza, que estamos falando do provável grande vencedor do Oscar de 2019 nas principais categorias.
Nessa versão, a história continua sendo a mesma das outras, onde o músico Jack (Bradley Cooper) vive uma enorme crise existencial em sua rotina, pela qual ele a rega com drogas e álcool. Até que um dia ele conhece Ally (Lady Gaga), que aparenta ser um futuro enorme sucesso no mundo da música.
Aqui Cooper não só estrela o longa, como também é o responsável pela direção, roteiro (funções aos quais ele exerce pela primeira vez na carreira), produção e pelas canções. Sem hipótese de duvidas, ele provavelmente vai faturar diversas indicações ao Oscar por estes trabalhos. Com relação a atuação, a todo movimento ele deixa clarividente a degradação de Jack mediante a sua dependência química, a medida na qual vamos conhecendo o caractere melhor, mais convincente o ator fica. Quando ele abre a boca pra cantar, sem dúvidas ele possui notórios talentos pra tal habilidade, inclusive o próprio realmente toca a guitarra e teclado. Já na direção, ele procura sempre abordar tudo o que está acontecendo ao seu redor, seja ao acompanhar algum protagonista da sequencia em seus passos (sem o uso de cortes, com a câmera lhe seguindo de costas), ou ta sempre procurando abordar detalhes nítidos, para poupar o público de explicações.
Voltando com relação as atuações, Gaga realmente mostra que possui talento para atuação, pois em momento algum lembramos do rótulo da cantora (a não ser por um arco, ao quão pelo visto foi feito para agradar os fãs, mas ao meu ver, não atrapalhou a narrativa). Sem dúvidas ela vai ser indicada para o Oscar por essa atuação, e abrira muitas portas para ela com relação a sétima arte. Dentre os coadjuvantes, não exito em dizer que teremos a grande surpresa com a indicação de Sam Elliott, pois aqui ele possui dois momentos com Cooper, que lhe tiram aquela atuação que foi reprendida dele durante anos.
Com relação as canções, digamos que temos as melhores feitas para um longa neste ano. Todas são interpretadas pelo próprio Bradley Cooper e Lady Gaga, sendo que o destaque vai sem víeis de duvidas para “Shallow”, que dificilmente consegue sair da cabeça de quem a ouve (e que com certeza também vai levar o Oscar). Pelo visto, a trilha sonora original irá ficar por dias no topo da lista do Spotify.
“Nasce Uma Estrela” é o melhor filme do ano até o momento, e com certeza já ficou dentre um dos melhores que assisti na vida. Se você gosta de cinema, peço que assista essa verdadeira obra prima, que ficou exilada por anos. RECOMENDO!
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.