Crítica - As Trapaceiras - Engenharia do Cinema
Sabe aquelas comédias bem simples, onde tem uma duração minima de 90 minutos, damos umas risadas e a medida que vai passando o tempo que saímos da sala de exibição, vamos esquecendo do filme? É exatamente isso que compõe “As Trapaceiras”, que é versão feminina de “Os Safados”, um grande clássico com Steve Martin e Michael Cane.
A história é basicamente a mesma do citado, e temos as golpistas Peny (Rebel Wilson) e Josephine (Anne Hathaway) entrando em conflito para ver qual das duas conseguirá passar a perna em um rico empresário da internet (Alex Sharp).
Demorou um pouco para começar a achar graça nessa comédia, que daria mais certo se tivesse sido tratada apenas como um “filme de roubo”, ao invés de explorar um arco romântico forçado no terceiro ato. E não é só esse o principal problema do roteiro (que foi escrito por três pessoas). O arco central do filme é extremamente confuso, pois não consegue se definir qual rumo certo a trama irá tomar. Ta certo que é um “filme de roubo”, mas o longa joga N possibilidades no ar, e tudo acaba sendo ignorado e “resolvido” com simples “sumiços” do roteiro.
Partido para as atuações, Hathaway ta bastante debochada e com um sotaque inglês bastante forçado. Seria uma atuação bastante ruim, se a personagem não fosse desse jeito. Já Rebel Wilson ta sendo a Rebel Wilson mais uma vez.
“As Trapaceiras” consegue ser um longa que da pra tirar umas risadas descompromissadas e nada mais além disso.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.