ESPECIAL TARANTINO: Pulp Fiction - Tempos de Violência - Engenharia do Cinema
Ainda me lembro como se fosse ontem, a primeira vez em que assisti ao clássico “Pulp Fiction – Tempos de Violência”. Foi tecnicamente um amor a segunda vista pelo diretor Quentin Tarantino (já que alguns meses antes havia assistido a “Bastardos Inglórios” nos cinemas, e já tinha adorado). Desde então comecei uma busca enorme por seus filmes em DVD, pois naquele tempo não havia Netflix, nem downloads mais acessíveis. Ao finalmente achar “Pulp Fiction – Tempos de Violência” em uma “Lojas Americanas”, comprei e lembro que assisti duas vezes seguidas! Meu Deus! Que filme foda! Direção, roteiro, atuações, tudo bem realizado e principalmente: original. O longa não só ajudou a alavancar as carreiras de John Travolta e Bruce Willis, como também revelou Uma Thurman, Samuel L. Jackson e claro o próprio Tarantino, onde no Festival de Cannes ganhou a Palma de Ouro em 1994, e no ano seguinte lhe rendeu seu primeiro Oscar de roteiro original (sendo seu segundo vindo em 2013 com “Django Livre”). Inclusive tive o prazer de revê-lo nas cinemas, graças ao quadro de reprises de clássicos do Cinemark. Emoção única!
A história do longa é bem doida, e é daquelas onde temos vários arcos que vão se interligando conforme a narrativa vai rolando. No total temos quatro, que envolvem um casal de bandidos (Tim Roth e Amanda Plummer) em um restaurante, dois assassinos de aluguel (Travolta e Jackson), onde um deles acaba saindo com a esposa (Thurman) de seu chefe a pedido do mesmo pra distrai-la, e um boxeador (Willis) que tenta passa a perna em um Mafioso (Ving Rhames) em um esquema de propina.
Falando o enredo assim soa bastante batido num primeiro momento, porém a capacidade de Tarantino em compor estes atos possui vários quesitos. Dentre eles o fato de que todos eles são retratados de forma humana ao mesmo tempo que satírica, pois existem personagens que são burros para coisas básicas, mas inteligentes para outras mais complexas. Um claro exemplo é o personagem de Travolta, que faz uma porrada de bobagens na maior parte do filme, mas consegue identificar todas as referencias em um restaurante com temática clássica. Mas vale destacar que ele e Willis possuem os dois arcos mais divertidos do filme, sendo que o arco do deste me lembrou até um pouco o game GTA, em alguns breves momentos. Principalmente a sequencia de dança dentre o primeiro e Thurman, que se tornou uma das mais icônicas sequencias do cinema.
“Pulp Fiction – Tempos de Violência” é uma obra prima do cinema, que é indispensável para quem ama, adora e vive cinema! Que venham mais filmes neste estilo!
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.