Crítica - Histórias Assustadoras para Contar no Escuro - Engenharia do Cinema
Guilhermo Del Toro é o tipico cineasta que tem atenção de quaisquer entendedores de cinema. Vencedor de dois Oscars graças ao ótimo “A Forma da Água”, ele voltou as raízes com “Histórias Assustadoras Para Contar no Escuro”. Mas aqui ele atua apenas como roteirista e produtor, pois estava ocupado com outros projetos. Quem assumiu a direção em seu lugar foi André Øvredal (“A Autópsia”), e o cara já era conhecido por saber criar um ótimo clima de suspense com cenários mínimos, ou seja, ele também é fera.
Baseado no livro de Alvin Schwartz, a história se passa em meados dos anos 60 e mostra um grupo de adolescentes, pelo qual acabam invadindo uma mansão misteriosa. No local a jovem Stella (Zoe Margaret Colletti) acaba pegando para si um livro, cujas misteriosas escritas momentâneas acabam se tornando fatais.
Não vou fazer parâmetros com “Goosebumps” ou com a série “Stranger Things”, pois seria um mero descaso com você leitor que procura algo mais adentro. Por isso não hesitarei em citar que as referencias aqui vão claramente a longas de Steven Spielberg, até George A. Romero (onde inclusive os protagonistas vão a uma sessão em um drive-in de “A Noite dos Mortos Vivos”), inclusive aos trabalhos de Bela Lugosi (primeiro interprete do Conde Drácula, que é homenageado com posteres nos cenários).
Além de claro a marca registrada de Del Toro: os monstros feitos com maquiagens extremamente fantasiosas. Todos eles possuem aparências perturbadoras e o medo não se da pelos sustos, mas pelo visual estranho deles. As aparições são executadas da forma habitual do gênero, onde nada é inovador.
Em quesito de atuações Michael Garza interpreta um jovem mexicano chamado Ramon, que é claramente um alter-ego de Del Toro. Porque ele representa todo tipo de problema que um imigrante vive. Já Colletti consegue exercer bem a função de protagonista, e assim como os outros atores, facilmente nós torcermos por eles e adentramos em suas vidas.
“Histórias Assustadoras Para Contar no Escuro” é um divertido longa metragem, cujo o cinema necessitava há tempos. Porém devido ao enorme descaso feito com o lançamento dele nos cinemas (com sessões extremamente tardes, e em horários únicos), provavelmente fará sucesso apenas quando for lançado em serviços streaming.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.