Crítica - A Terra é Plana - Engenharia do Cinema
Afinal de contas “A Terra é Plana”? Essa questão polêmica vem sido discutida de forma sarcástica pela sociedade, pois nessa altura do campeonato é algo relativamente incompatível com os fatos. E é exatamente nesse tópico que o diretor Daniel J. Clark foca em sua narrativa neste documentário: o comportamento humano, diante às teses sobre a possibilidade da terra ser plana.
Como protagonista central temos o principal nome desta tese, o estadunidense Mark K. Sargent. Por alguns ele é visto como um Deus, por outros é visto como louco. Porém mesmo ciente de que ele está errado em seus argumentos, ele insiste em vender que ele está certo e seus opositores estão completamente errados. Isso é apresentado de uma forma bastante sutil: o enquadramento da câmera, diante a situações que casam como contraponto ao que ele acabou de falar. Um mero exemplo é quando ele reclama do “mal funcionamento” de um simulador na Nasa, mas o botão de iniciar estava ao seu lado e ele não havia o pressionado.
Além do citado, vemos diversas outras pessoas que vivem em função desta tese e o quão isso acaba se transformando em fanatismo, o que consequentemente os levam a decadência na vida pessoal. Para isso eles desenvolvem utensílios, pesquisas cientificas e canais de youtube, com o propósito de manter a razão, independentemente dos contrapontos. Mas em momento algum vemos alguém da produção narrando ou entrevistando diretamente os envolvidos. A narrativa foi conduzida apenas com os relatos e fatos.
Mas lembro a vocês que estamos falando sobre um filme que aborda o comportamento do ser humano, e em momento algum é deixado claro se a tese é ou não valida. Sendo assim “A Terra é Plana” é um excelente documentário para analisarmos se o ser humano é um caso para ser estudado.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.