Esse é o tipo de série que certamente foi desenvolvido por conta dos recentes casos de abuso sexuais, e que aos poucos vem ganhando diversos projetos que fazem o espectador filosofar sobre o tema. “Inacreditável” não só faz isso, como também acaba fazendo nós espectadores, embarcarmos nos seus oito episódios em uma cajadada só.

A história se passa em 2006, quando a jovem Marie (Kaitlyn Dever) revela ter sido abusada sexualmente por um homem misterioso. Como ela não possuía detalhes suficientes, em meio a um interrogatório preensivo, acaba alegando que não houve tal ato. Alguns anos se passaram e os mesmos casos se mostram ter acontecido, fazendo a respectiva questão voltar a tona.

Criada pelo trio Susannah Grant, Michael Chabon e Ayelet Waldman, o seriado é realmente forte. A todo momento adentramos na pele de Marie, e literalmente compramos todo seu drama diário e as consequências de ter “mentido” sobre o ato. Não hesito em dizer que Dever se tornará uma das grandes atrizes do cinema, nos próximos anos. Sua trama é intercalada com o arco das investigações das detetives vividas por Toni Collette e Merritt Wever. Enquanto a primeira não liga para regras, a segunda está literalmente focada em descobrir o culpado.

Ambas estão muito bem, mas nada suficiente para não querermos acompanhar mais a trajetória de Dever (sim, a atriz conseguiu roubar MESMO a cena). A retratação das investigações e os dramas nos processos são realmente muito bem realizados, e a todo momento nos questionamos se o verdeiro culpado está diante dos nossos olhos ou não. Em momento algum vemos tudo não como uma novela ou genérico, mas sim como algo real (e nesse tipo de narrativa, isso pesa).

“Inacreditável” é uma grande surpresa da plataforma Netflix, onde se você curte um suspense policial, com toques de drama, eu recomendo!

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.