Em meio a tantas tretas políticas e discussões de “Porque o Brasil nunca ganhou um Oscar?”, muitos se esquecem do clássico nacional dirigido por Bruno Barreto, “O Que É Isso Companheiro?”. Indicado ao Oscar de filme estrangeiro, em 1998, o longa conseguiu um feito um tanto que difícil nos dias atuais, no próprio cinema nacional: juntar os principais nomes, numa trama bastante delicada.

Inspirado em fatos reais e no livro de Fernando Gabeira, aqui ele é interpretado por Pedro Cardoso. A história mostra quando ele decidiu se juntar a um grupo revolucionário comandado por Maria (Fernanda Torres). Após um descuido em um roubo a banco, um dos membros daquele acaba sendo preso. Para resgatá-lo, assim como os outros presos da época, Fernando tem a ideia de sequestrar o Primeiro Ministro dos Eua (Alan Arkin), Charles Burke.

O principal mérito da direção de Barreto é não transpor nenhum dos dois lados como o certo ou errado. Vemos o tempo todo o quão os militares e os revolucionários querem defender seus próprios ideais, independente das consequências. Mesmo nós espectadores estando cientes do que já ocorreu, o suspense é inevitável e devo confessar que a atuação de atores como Matheus Nachtergaele e Marco Ricca, estão assustadoras. O motivo é plausível, pois eles são a representação dos lados extremistas de ambos os posicionamentos.

Quanto ao restante, não devo dizer que Cardoso se saiu bem, pois ele é continua sendo o Augustinho Carrara, assim como Fernanda Torres e o Luiz Fernando Guimarães, que continuam sendo o Rui e a aVani, mas na Ditadura Militar (lembrando que na época deste filme, eles ainda não haviam chego aos papéis que lhes marcaram. Mas suas atuações não são memoráveis).

“O Que é Isso Companheiro?” é um longa obrigatório, que deve ser conferido por todos os cinéfilos e estudantes de cinema.