Crítica - A Luz No Fim do Mundo - Engenharia do Cinema
Casey Affleck já se mostrou ser um diretor de longas independentes muito bom. “Eu Ainda Estou Aqui” e “A Ghost Story”, são meros exemplos de narrativas distintas, e de boa qualidade. Só que o mesmo não se aplica em seu terceiro projeto, “A Luz No Fim do Mundo”, onde ele não só dirige, mas também escreve e estrela.
Assim como seu segundo longa, não há nomes nos personagens, muito menos uma narrativa explicativa ao pé da letra. Aqui ele interpreta um Pai, que tenta proteger sua filha (Anna Pniowsky) em um mundo onde grande parte das mulheres foram extintas, após uma epidemia mortal.
A premissa tinha tudo para ser um tenso e extremo suspense, onde mesmo com poucos recursos (o que foi notório, desde o inicio da produção), daria para se tirar excelentes sequências e problemas. Afinal, estamos falando da clássica metáfora de “uma mulher, em um navio de 500 marinheiros no meio do oceano”. Só que Affleck teve o desaforo de ficar preso em uma narrativa lenta, sem grandes evoluções e que se sobressai pelos breves momentos de suspense quando os “marinheiros” surgem no caminho, e pela sua atuação e de Pniowsky.
“A Luz No Fim do Mundo” não era pra ser um filme constituído de metáforas, mas sim sobre a relação de Pai e filha em uma sociedade perigosa e selvagem.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.