A franquia “O Exterminador do Futuro” é uma das mais problemáticas da história do cinema. Digo isso, pois praticamente cada filme acabou caindo em uma distribuidora diferente e sempre se descasaram no contexto, após o sucessivo “O Julgamento Final”. Tudo isso aconteceu da forma mais inusitada o possível: após o término do casamento de James Cameron (criador da série), os direitos acabaram indo parar na mão de sua ex-esposa. O cineasta, então, não poderia colocar a mão neste universo pelos próximos 19 anos (tempo dado pelo juiz). Após este prazo terminar, começou a produção de “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio”, que “esqueceu” as tramas do terceiro, quarto e quinto, e se tornou uma sequência direta dos dois primeiros filmes.

A história começa com o surgimento da misteriosa androide Grace (Mackenzie Davis), que tenta a todo o custo proteger a jovem Danielle Ramos (Natalia Reyes), de um novo modelo da ciborgue, ainda mais indestrutível. Elas contam com a ajuda de uma misteriosa e revoltada Sarah Connor (Linda Hamilton), que com seu conhecimento e habilidades, acaba sendo tão forte quanto a primeira.

Os fãs da franquia logo notarão algumas referências aos clássicos dois primeiros da franquia. Seja através do arco onde a personagem Sarah Connor é enaltecida por suas habilidades ou nas diversas sequências de ação realmente bem produzidas e idealizadas. Sem dúvidas o diretor Tim Miller (“Deadpool”), não faz o espectador descansar um segundo. A ação e suspense estão presentes o tempo todo, mesmo cientes que estamos falando de uma trama bastante rasa e previsível, se tratando da franquia citada. Mas como estamos falando de um divertimento pipoca, isso funciona.

Na questão das atuações, o longa realmente é da Linda Hamilton. Nesse seu retorno as grandes produções, mostra o quanto ela tem pique para encarrar esse tipo de personagem mais vezes. Mesmo tendo um corpo maromba, seu olhar demonstra um tremendo drama familiar (e o filme pedia exatamente isso). Já Davis é outra que consegue ser muito boa, no papel dela de ciborgue. Não é a melhor coisa do longa, mas suas cenas são excelentes. Porém os que esperarem uma participação grande de Arnold Schwarzenegger, vão se decepcionar, pois o ator aparece relativamente pouco. Porém Reyes possui a personagem mais fraca da trama, onde em momento algum realmente nos preocupamos com ela, mas sim com os outros a sua volta (que justamente estão lá para protege-la).

“O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” não foge da fórmula padrão da franquia, mas diverte por mostrar que mesmo depois de anos, James Cameron ainda tem gás para contar mais sobre este universo.

Obs: O longa NÃO POSSUI CENAS PÓS-CRÉDITOS.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.