Crítica - O Magnata - Engenharia do Cinema
Durante o auge da banda Charlie Brown Jr., o vocalista Chorão (1970-2013), alegou que sempre quis se envolver com produções de cinema, para espalhar sua mensagem. Foi nessa concepção, que depois de anos, conseguiu levar para os cinemas “O Magnata”.
A trama é uma história bastante simplória, onde o magnata André (Paulo Vilhena), vive uma vida extremamente conturbada, com problemas com a mãe (Maria Luisa Mendonça). Mas espairece tudo isso nas drogas, bebidas, com a namorada Dri (Rosanne Mulholland) e com os amigos.
Sim, a história do longa é exatamente essa: a vida de um magnata fazendo diversas besteiras e jogando sua vida fora aos poucos. Só que Chorão, assim como o diretor Johnny Araújo perdem muito tempo com cenas desnecessárias e aleatórias. Porque diabos do nada vemos personagens secundários andando de skate, a própria banda do primeiro tocando um show (fazendo algumas cenas parecerem mais um clipe musical, do que um longa dramático) ou até mesmo sequências com os próprios João Gordo e o humorista Tiririca, que não acrescentam em nada a trama.
No meio desse caos na narrativa, as atuações são os grandes méritos. Vilhena e Mendonça estão bem a vontade, e transpõe com total naturalidade o conflito. Mulholland transpõe o pensamento do público, em relação a tudo que está o ocorrendo, e nos faz pressupor o desfecho da trama.
“O Magnata” poderia ter sido um grande filme nacional, mas devido aos descuidos no próprio roteiro, acabou sendo mais um longa nacional que caiu no ostracismo.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.