Comédias românticas normalmente seguem o mesmo padrão, pelos quais os críticos sempre detestam e o público sempre vai em massa conferi-los. O cinema brasileiro quase sempre lança este gênero e normalmente recebe grandes retornos nas bilheterias. Fugindo um pouco do padrão “Talvez Uma História de Amor”, foi concebido com grande maestria.

Baseado no livro de Martin Page, a história mostra o pacato funcionário de uma firma de marketing, Virgílio (Mateus Solano). Ele recebe uma mensagem em sua caixa postal, de uma mulher chamada Clara, alegando que havia terminado com ele. Mas o principal problema é que ele alega não lembrar da existência dela, o que faz sair em busca de descobrir quem afinal é essa Clara.

A direção de Rodrigo Bernardo (que também assinou o roteiro com Ben Frahm e Brandon Neslund) faz uma clara referência a sua série
“(Des)Encontros” (que é exibida no canal Sony), ao traçar uma narrativa em off, para começar a habituar o espectador no que está por vir. Mas a principal graça da trama, não se da às diversas participações especiais (como a atriz de “Sex And The City”, Cynthia Nixon), mas sim o mistério em torno de quem é a “famosa” Clara.

Solano está bem a vontade no papel protagonista, e possui bastante química com as diversas atrizes que ele contracena (já que há alguns “desencontros”, com suas ex-namoradas, no filme). Quem também está interessante e gera o clima exato de mistério é Bianca Comparato, que interpreta sua vizinha, Katy.

“Talvez Uma História de Amor” é um claro exemplo de que ainda existem chances de se produzir uma história de comédia romântica, bastante diferente dos padrões.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.