Entrevista com Eduardo Ferreira, diretor do documentário "Porta Retrato - Engenharia do Cinema
Amanhã, 05 de novembro, no Cine Roxy 4 – Patio Iporanga, às 21hrs, haverá a primeira exibição do documentário “Porta Retrato”. Com o apoio do Santos Film Fest e da Cinezen Cultural, o longa foi realizado pelo Santista, Eduardo Ferreira, a história mostra as diversas dificuldades e dramas que a comunidade LGBTQ+ vive, através de depoimentos de diversas pessoas.
Também proprietário da Orvalho Filmes, Eduardo cedeu uma entrevista para o “Engenharia do Cinema”, onde além de falar sobre a sua produtora, explicou algumas coisas sobre os bastidores de seu longa.
Engenharia: Como surgiu a ideia para fazer “Porta Retrato”?
Eduardo: Sempre acreditamos que a arte, assim como o cinema, é objeto de formação e transformação, e visando isso, optamos por buscar causas de impacto social que fossem relevantes no atual momento político em que vivemos.
Inicialmente a proposta era realizar um filme sobre jovens LGBTQ+ expulsos de casa após saírem do armário, mas após meses de pesquisas, compreendemos que esse era um tema muito complexo, que necessitava de tempo para ser abordado, pesquisado e explanado, com isso, veio a ideia de dividir o projeto em duas partes. A primeira é o curta metragem Porta Retrato, abordando o momento de auto-aceitação de jovens LGBTQ+, trazendo diálogo e servindo de espelho para muitos jovens que estão nesse momento de auto-entendimento e aceitação. Propiciando uma ponte nas busca por seus pares e identificação. O filme, servirá como prelúdio para o longa-metragem Porto Seguro, que abordará histórias de jovens LGBTQ+ que após o momento de auto-aceitação, não foram aceitos pelos seus familiares e foram expulsos de casa.
Engenharia: Como você notou que era essencial, os relatos da cantora Maria Sil, do fotógrafo Andrey Haag e do estudante de cinema George Narciso?
Eduardo: Nós realizamos uma pesquisa ampla com mais de 30 pré-entrevistas e destacamos as entrevistas que nos dessem uma visão ampla e distintas de situações, sempre buscando personagens com forte personalidade e história de vida.
Engenharia: Além das sessões na baixada santista, haverão outras exibições pelo Brasil? Já pensam em colocar a produção em algum serviço streaming?
Eduardo: Na Baixada Santista teremos três exibições de estreia, 05/11 no Cine Roxy 4, dia 06/11 no Instituto Arte no Dique e 09/11 na Associação de Capoeira do Monte Serrat.
Após essas seções o filme entrara em circuito de festivais pelo Brasil e exterior, além de promovermos exibições com bate-papo em associações e institutos em São Paulo.
A partir de dezembro o filme estará disponível na plataforma gratuita de streaming VideoCamp, onde será possível através de um cadastro prévio, fazer exibições públicas do filme com intuito de promover bate-papos e também estará disponível na plataforma de vídeos Vimeo, no canal da Orvalho Filmes.
Engenharia: Desviando um pouco do assunto do filme, como você criou a “Orvalho Filmes”? “Porta Retrato” pode ser definida como a primeira grande produção da produtora?
Eduardo: A Orvalho Filmes, apesar de já ter tido outros nomes, é uma produtora com 7 anos de existência. Através dela já produzimos 4 documentários e 2 ficções, todos eles em curta-metragem, tendo alguns deles percorrido festivais nacionais e internacionais.
Atualmente além do lançamento do cura-metragem Porta Retrato, estamos na fase de desenvolvimento do nosso primeiro longa, o documentário Porto Seguro, que aborda histórias de jovens LGBTQ+ expulsos de casa após se assumirem para seus familiares.
Esse novo projeto foi contemplado com o PROAC ICMS e está agora na fase de captação.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.