MARVEL É CINEMA: "Homem-Formiga" - Engenharia do Cinema
Em meio as discussões de diversos cineastas de renome, sobre a Marvel fazer ou não cinema, o “Engenharia do Cinema” resolveu desenvolver o quadro “Marvel é Cinema”. O propósito será fazer uma revisão diária de pelo menos dois longas do estúdio, de “Homem de Ferro”, até o grande “Vingadores Ultimato”.
Depois de diversas sequências de seus filmes e do ótimo “Guardiões da Galaxia”, a Marvel nos apresenta mais um novo personagem no cinemas, que assim como aqueles, tinha tudo para dar errado em sua primeira empreitada nas telonas. Pra quem não sabe, o Homem-Fomiga foi um dos nomes que fundaram a equipe dos “Vingadores”, e o verdadeiro criador de Ultron, nas Hqs (só que nestas passagens o herói era encarnado por Hank Pym, e não pelo seu sucessor Scott Lang). A produção também marca a estreia do ótimo ator e comediante Paul Rudd (“O Virgem de 40 Anos”) em produções de heróis e de grande porte. Pra se ter uma noção na confiança da Marvel no ator, ela optou pelo mesmo auxiliar no roteiro junto com seu amigo de longa data, Adam McKay (“Tudo Por Um Furo”), Edgar Wright (que foi demitido do cargo de diretor, por diferenças criativas com a Marvel) e Joe Cornish (“As Aventuras de Tintim”).
O resultado não poderia ser outro, e a produção acabou se tornando mais uma comédia de ação do que uma produção de ação aos moldes de Michael Bay. Honestamente o filme demorou um pouco pra decolar, pois ele vai apresentando os personagens como se fossemos íntimos logo de cara. Só que com o decorrer da narrativa, vamos nos entrosando e curtindo tudo que ta rolando (algo bem aos moldes da Marvel).
A trama tem inicio no ano de 1969, quando o cientista Hank Pym (Michael Douglas), cria um traje de encolhimento humano e tem sua ideia “barrada” pela equipe da Shield. Voltamos então aos dias atuais, onde somos apresentados ao experiente ladrão, Scott Lang (Rudd), que está saindo da prisão. Pai da pequena Cassie (Abby Ryder Fortson), cuja Mãe (Judy Greer) se divorciou de Lang e se casou com o policial extremamente bobão, Paxton (Bobby Cannavale, de “Blue Jasmine”), a relação entre estes não vai indo nada bem, com o retorno daquele em suas vidas. Só que a antiga quadrilha de Lang, formada por Luis (Michael Peña), Kurt (David Dastmalchian) e Dave (o rapper T.I.) decide fazer um roubo em uma casa onde conseguirão melhorar suas rendas e vidas por um bom tempo. Mas ao executarem o plano, Lang acaba descobrindo que dentro do cofre da mesma, não havia dinheiro nenhum, apenas uma roupa com um capacete, que ele domina mesmo assim. Ao chegar em casa, ele decide vesti-la e ao apertar ambos botões que estão em suas mãos no traje, acaba encolhendo na mesma hora. Então ele passa a ouvir a voz de Pym e descobre que ele premeditou todo o roubo e que foi escolhido para ser seu sucessor. Com ajuda de seus atrapalhados amigos, e da filha de Pym, Hope (Evangeline Lilly), Lang descobre que poderá ir além dos limites do ser humano ao vestir o traje de “Homem-Formiga”.
Mais uma vez a Marvel conseguiu surpreender com suas produções, e nos apresentou “Homem-Formiga” exatamente como se ele fosse um velho aluno em uma sala de aula, e nós fossemos o novo integrante do pedaço e que vamos nos enturmamos com ele e com seus amigos aos poucos. É a sensação que o roteiro e o trabalho do diretor Peyton Reed (“Sim Senhor”), vão jogando e apresentando os personagens da trama em seu principio. Paul Rudd conseguiu passar bastante do seu carisma e personalidade em seu Scott Lang, pois ele mescla seu sarcasmo com a inteligencia e agilidade deste, resultando em um herói extremamente interessante e divertido, que aos poucos vai conquistando o público. Enquanto Michael Douglas é o verdadeiro nome sério e pesado do filme, pelo qual transpõe um Hank Pym, na medida certa.
Logo no principio, vemos que os efeitos visuais utilizados para rejuvenesce-lo, ficaram realmente ótimos, assim como fora feito o oposto com Hayley Atwell, com sua Peggy Carter (que só aparece nesta cena). Já Lilly que interpreta sua filha, confesso que achei ela meio “apagada” neste filme, pois ela ainda não havia se tornado a Vespa (sendo que seu traje foi apresentado apenas nas cenas pós-créditos). Quanto ao vilão Jaqueta-Amarela vivido por Corey Stoll, (“Sem Escalas”) soa bastante genérico, fraco e desinteressante. Mas quem fica com a maior parte cômica (além dos momentos de Rudd), são os amigos de Lang, interpretados por Dastmalchian T.I, e Peña (que rouba a cena e tem as melhores cenas).
“Homem-Formiga” não é o melhor filme da Marvel, mas também não é o pior. Ele se encaixa muito bem perto do primeiro “Homem de Ferro” e “Capitão América” em quesito de qualidade.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.