MARVEL É CINEMA: "Homem-Aranha - De Volta Ao Lar" - Engenharia do Cinema
Em meio as discussões de diversos cineastas de renome, sobre a Marvel fazer ou não cinema, o “Engenharia do Cinema” resolveu desenvolver o quadro “Marvel é Cinema”. O propósito será fazer uma revisão diária de pelo menos dois longas do estúdio, de “Homem de Ferro”, até o grande “Vingadores Ultimato”.
Ta ai um longa que foi aguardado durante muitos anos, desde quando foi lançado o primeiro “Vingadores”, em 2012, e coincidentemente o mesmo ano, em que o segundo reboot da história do jovem Peter Parker, estreava nas telonas. Anos se passaram com diversas especulações, até que depois da polêmica envolvendo o ataque hacker da Sony, em 2014, foram soltas as primeiras informações de que finalmente o estúdio estava entrando em um consenso com a Marvel, para colocar o Homem-Aranha dentro de seu universo. A estreia do mesmo foi de forma breve, em “Capitão América – Guerra Civil”, onde a versão do ator Tom Holland (“O Impossível”) acabou roubando a cena. 14 meses depois do lançamento deste, finalmente chega as telas o primeiro filme desta parceria, rotulado de “Homem-Aranha De Volta Ao Lar”.
A trama tem inicio já naquele longa citado, e é o primeiro a mostrar as consequências ocorridas nele. Mas ainda sim, Peter acredita que um dia Tony Stark (Robert Downey Jr,) irá convocá-lo para o time dos “Vingadores”. Enquanto isso ele acidentalmente se depara com os planos do ex-funcionário das industrias Stark, Adrian (Michael Keaton), que era responsável pela limpeza dos destroços das batalhas dos heróis, e que agora rouba as mesmas para criar várias armas ultra avançadas.
Logo de inicio confesso que senti um tanto de conforto com a narrativa proposta pelo diretor Jon Watts, onde ele procura ao máximo trabalhar a humanidade de seus personagens. Logo, qualquer um conseguirá aos poucos enxergar o Peter Parker dentro de si, pois possui uma personalidade que realmente são de um adolescente com diversos problemas com relação a ansiedade, não saber lidar sua a paixão por Liz (Laura Harrier), os bullyings constantes do valentão (mas burro) Flash Thompson (Tony Revolori, na mais divertida versão do personagem), o assédio de ter uma Tia May (Marisa Tomei) gostosa, e principalmente o segredo de ser o Homem-Aranha, onde a única pessoa que sabe além de Stark e Happy Hogan (Jon Favreau), é seu melhor amigo (Jacob Batalon). A química dentre este e Holland chega ser um dos pontos altos do longa, pois vemos o quanto eles transpõem uma amizade natural, que de vez em quando acaba ganhando uma pequena participação da personagem da cantora Zendaya, que ta lá mais pra zoar as situações do primeiro em algumas sequencias.
Quando pulamos pra parte amorosa, Harrier possui uma boa química, porém não tem “aquele” momento que faça a mesma demonstrar se realmente é melhor que os outros dois interesses de Peter (Mary Jane e Gwen Stacy). Bom, Michael Keaton (que há 30 anos, vestiu o manto do Batman, na versão de Tim Burton) realmente representou um dos vilões mais interessantes de todos os filmes da Marvel até o momento (contando com o Loki), pois além de ter um enorme Ploat-Twist envolto a ele, seu personagem é moldado desde a primeira cena e notamos os motivos reais que lhe levaram a se tornar o vilão Abutre. Quanto a Downey Jr., ele ta sendo o Tony Stark por menos tempo do que todos imaginam (se somar o total dará em torno de 15 minutos, no máximo), ao contrário de Favreau que tem sua mais significativa e maior aparição no Universo Marvel.
Assim como em ambos “Guardiões da Galáxia”, a trilha sonora é outro fator forte no longa, que tem como principal música “Blitzkrieg Bop” dos Ramones, e uma nova versão para o clássico tema do Homem-Aranha, durante o logo da Marvel Studios.
“Homem-Aranha De Volta Ao Lar” mescla das fórmulas Marvel e John Hudges (responsável por “Curtindo a Vida Adoidado” e “Clube dos Cinco”), e serviu para finalmente nos apresentar um novo Homem-Aranha, de forma digna (sem a picada da aranha e a morte do Tio Ben, pela milionésima vez).
A primeira cena pós-créditos vemos o personagem Abutre encontrando o vilão Escorpião na cadeia, e negando saber a identidade do Homem-Aranha. Já a segunda, é uma piada com o Capitão-América mandando termos “Paciência” (já que faltavam 10 meses para “Vingadores: Guerra Infinita”).
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.