Há tempos o cinema não nos presenteava com uma produção, tão interessante e surpreendente com “A Grande Mentira”. Estrelado por Helen Mirren e Ian McKellen, dois grandes nomes do cinema há décadas, o filme tem uma premissa um tanto que habitual, porém sua execução é o diferencial.

Baseado no livro de Nicholas Searle, aqui eles vivem os viúvos Betty e Roy, que se conhecem através de um site de relacionamentos. Porém a medida que a relação deles avançam, o segundo vê a chance de aplicar um enorme golpe financeiro nela. Não irei adentrar muito em mérito a trama do filme, pois não vou entregar mais spoilers.

O roteiro de Jeffrey Hatcher, não procura ir muito mais além do que focar na personalidade dos dois protagonistas, onde o show é do próprio McKellen. Além de estar a vontade no papel, seu sarcasmo em cena é um dos destaques. Seja para um momento cômico ou dramático, o ator está excelente. Sua química com Mirren também é boa, mas a atuação da atriz se da com maestria nos últimos 15 minutos de projeção.

Infelizmente são os cinco minutos, que antecedem este, que o diretor Bill Condon (“A Bela e a Fera”), demonstra que possui muita ansiedade para entregar o que estar por vir. Seus jogos de câmera começam a focar exatamente no ploat-twist, e não é feito de forma sutil. Apesar de o próprio enredo levar a isso, isso tirou um pouco da emoção.

“A Grande Mentira” é um divertido longa metragem, pelo qual se você procura uma trama simples, sem efeitos visuais e com reviravoltas emocionantes, é a pedida certa.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.