Crítica - O Caso de Richard Jewell - Engenharia do Cinema
Clint Eastwood faz 90 anos agora em 2020, e mostra que consegue ser muito mais forte que quaisquer cineastas jovens, em Hollywood. “O Caso de Richard Jewell” é mais outro exemplar que ele ainda tem folego para retratar histórias reais de forma divertida e interessante.
A história se passa em 1996, quando o segurança Richard Jewell (Paul Walter Hauser) descobre a existência de uma bomba durante um show nas Olimpíadas dos Eua, salvando milhares de vidas. Poucos dias após ser definido como um herói, a CIA e a mídia lhe transformam no principal suspeito de ter feito tal atentado.
O roteiro de Billy Ray (“Capitão Phillips”) procura desenvolver a trama em dois estilos: comédia e drama. O primeiro fica a cargo da moldagem da personalidade do próprio Richard, onde além do mérito de termos um comediante o interpretando, faz o espectador rir e criar afeição facilmente com o personagem (devido a sua enorme ingenuidade). Já o drama decai sobre sua mãe, interpretada por Kathy Bates (que provavelmente vai ser indicada ao Oscar de atriz coadjuvante). Ela transpõe desde o primeiro segundo o amor que ela tinha pelo filho, assim como o quão ela sofria vendo tudo que seu filho passava.
O elenco coadjuvante que tem nomes como Sam Rockwell, Olivia Wilde e John Hamm, também tem um excelente desenvolvimento e execução. Mas o grande destaque vai para a direção de Eastwood, que mesmo trabalhando com os gêneros citados de forma homeopática, ainda consegue criar com o jogo de câmeras, um suspense a medida que as investigações vão andando.
“O Caso de Richard Jewell” é um excelente lançamento para este inicio de 2020, onde em meio a diversos filmes familiares, é uma boa pedida para quem procura algo mais “sério”.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.