Sempre no dia em que se revelam os indicados ao Oscar, o universo do cinema não troca o assunto. São milhões de dólares envolvidos com campanhas para indicações, potenciais grandes atores começando a ser revelados e recordes sendo batidos. É basicamente este o resumo de todas as edições, nesta época que cerca o anuncio dos indicados.

Para este ano, a Netflix apostou em campanhas massivas para “História de Um Casamento”, “O Irlandês” e “Democracia em Vertigem”. Todos os três conseguiram faturar indicações, mas isso não garante que será uma vitória. Eles tiveram sessões fechadas compostas por debates dentre o público com integrantes do elenco e produção, ou seja, todos os votantes estavam BEM cientes do material que estavam selecionando.

Eventos a parte, muitos apostavam em nomes como Adam Sandler (“Jóias Brutas”), Christian Bale (“Ford vs Ferrari”) e Taron Egerton (“Rocketman”) dando com “certos”nas categorias de atuação, mas em 2019 foi um dos maiores anos do cinema por causa dos excelentes títulos lançados. Sendo assim era uma categoria difícil, e fez jus aos que foram selecionados.

Seguindo carona, a categoria de direção foi bastante complexa também, tanto que diretores como Greta Gerwig (“Adoraveis Mulheres”), os irmãos Safdie (“Joias Brutas”) e Rian Johnson (“Entre Facas e Segredos”), acabaram sendo deixados de lado. Se eles chegaram perto, nunca saberemos, pois eles não revelam os votos dos membros para as indicações.

Polêmicas começaram a serem feitas pela ausência de Lupita Nyong’o, por “Nós’. Se tratando de longas de terror, raramente a Academia decide indicar envolvidos no gênero para a premiação. O que se deu a não indicação da atriz. O mesmo ocorreu com Toni Collette em 2019, por “Hereditário”.

Mas já podemos falar que mesmo não tendo acontecido ainda, esta edição entrará para a história por quatro fatores:

• Martin Scorsese se tornou o primeiro diretor com nove indicações na categoria de direção (com apenas uma vitória por “Os Infiltrados”);
• Scarlett Johansson conseguiu ser indicada como atriz nas categorias de coadjuvante e principal por “Jojo Rabbit” e “História de Um Casamento”, respectivamente. Lembrando que o feito já ocorreu 11 vezes na história do Oscar;
• Provavelmente teremos pela segunda vez na história da premiação um ator vencendo o Oscar, pelo mesmo personagem. Este é justamente o Coringa. Health Ledger venceu em 2009 e agora Joaquim Pheonix está sendo favorito para ser o segundo na lista;
• “Coringa” se tornou a primeira adaptação de HQs a ter 11 indicações ao Oscar, incluindo nas categorias de filme e direção.

Na categoria principal não hesito em dizer que foi o ano mais complexo na escolha dos títulos. Tivemos cerca de 344 lançamentos e poderiam ser escolhidos apenas 10. Para serem considerados os votos e adentrarem na categoria, eles devem possuir uma quantidade minima daqueles. Se entraram nove, também nunca saberemos qual era o décimo possível indicado.

Mas como Hollywood gosta de fazer sua principal noite de gala, se tornar algo importante e marcante, é quase como certa a vitória de “Era Uma Vez Em… Hollywood” na categoria de Melhor Filme. O motivo: de todos os indicados na categoria citada, qual deles mais homenageia e vangloria a diretamente “casa do Oscar”, assim como “Argo” e “O Artista”?

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Critico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.