Depois de terem vencido o Oscar em 2012, Anne Hathaway (melhor atriz coadjuvante em “Os Miseráveis”) e Ben Affleck (melhor filme com “Argo), não conseguiram emplacar mais produções de qualidade e sucesso. De dez filmes em oito anos, apenas dois realmente podem-se definir como sucessos de qualidade. “A Última Coisa Que Ele Queria” se encaixa perfeitamente no quesito dos piores filmes da dupla.

Baseado no livro de Joan Didion, a história mostra a jornalista investigativa Elena McMahon (Hathaway), que vive cobrindo matérias nos mais perigosos conflitos do mundo. Em um reencontro com seu Pai (Willem Dafoe), ela acaba adentrando em uma conflituosa transação financeira feita pelo próprio.

Você deve estar se perguntando “Ué, e o Affleck? Onde ele entra nisso tudo?” Não hesito em falar que nem o próprio entendeu o que seu personagem faria neste filme, pois ele aparece apenas em momentos distintos e não pesou mais nada pro andamento da trama (a não ser nos cinco minutos finais). Pior de tudo é que realmente chega a dar pena de vermos Hathaway ter entrado de cabeça nesta personagem, e conseguido fazer jus ao fraco material em mãos (o que qualquer ator profissional faria).

O roteiro de Marco Villalobos e Dee Rees (que também assinou a direção), não nos faz ter empatia com absolutamente ninguém, muito menos conseguirmos entender realmente qual o principal propósito da trama. Eles apelaram para diversas situações clichês e banais do gênero (jornalista que paga de heroína, o estado e todos os personagens com alto cargo são “malvadões” e por ai vai).

“A Última Coisa Que Ele Queria” soa como um filme que foi feito às pressas, onde após concluído a equipe e a Netflix não sabiam o que fazer com a bomba em mãos, a não ser lança-lo fora da época de premiações e grandes destaques da plataforma. Evite.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.