Sessão da Mulher: Atômica - Engenharia do Cinema
Nessa semana do dia mundial da mulher (celebrado em 08 de março), o Engenharia do Cinema fez uma curadoria especial com seus membros, sobre os melhores longas protagonizados por mulheres. Ao final deste especial, sorteamos um par de ingressos em nossas redes, para conferir quaisquer um dos principais lançamentos da rede Cineflix Cinemas.
Digamos que até o momento a adaptação da HQ de Antony Johson e Sam Hart, rotulada de “Atômica” é o longa mais “corajoso” que vi em tempos. O motivo é bem simples: pela primeira vez que temos um blockbuster de qualidade, onde a protagonista é uma mulher e bissexual (literalmente fugindo de quaisquer padrões apresentados pela industria, que ultimamente só vem jogando isso pro público nas formas mais genéricas possíveis). Sim, a escolha de Charlize Theron (“Mad Max: Estrada da Fúria”) para o papel de Lorraine foi a melhor escolha, pois é impossível imaginar outra atriz tão “mother fucker” pra esse tipo de personagem, a não ser ela.
O enredo tem inicio em meados de 1989, bem na época que envolve a queda do muro de Berlin. Bem perto deste, um agente do M16 possuía uma lista que envolvia os mais preciosos segredos de agências de segurança mundial. Só que ele acaba sendo assassinado, fazendo esta correr o risco de cair em mãos perigosas. É quando escalam a agente Lorraine, para resgata-lá em uma missão a lá 007.
Quaisquer semelhanças com o personagem John Wick (vivido pelo Keanu Reeves), são mera coincidências, pois o diretor David Leith, auxiliou na direção do primeiro filme deste (e dirigiu o segundo). Além de Theron possuir o mesmo preparador que o próprio Reeves, ela possui algumas características semelhantes, como a eximia pontaria e habilidade de meter a porrada em quaisquer pessoas que atravessem seu caminho. Só que diferenciando aquele, o enredo da trama acaba vindo em primeiro lugar, e a porrada entra em segundo. Quanto ao terceiro plano, ele é regado pelo romance desta com Delphine (Sofia Boutella, de “A Múmia”), que em contexto geral só esta no filme pra “quebrar o padrão” mencionado no primeiro paragrafo, pois fora isso a personagem de nada serve pra narrativa ou pra trama em si (ela basicamente revive a sua “Múmia”, no meio da pancadaria). Outro personagem que é extremamente mal explorado, é o de James McAvoy, onde a própria narrativa acaba o deixando completamente previsível.
Voltando a direção de Leith, o cara sabe muito bem executar o trabalho, pois ele nos prende em todas as sequencias de ação e pancadaria (que em comparação com seu longa antecessor, são muito menores). Por ventura, um recurso que ele soube muito bem explorar, é a trilha sonora, onde o repertório que inclui músicas de “David Bowie” e “The Queen” acompanham corretamente o andar da trama (lembrando e muito o recente “Em Ritmo de Fuga”).
“Atômica” consegue ser um ótimo divertimento para os fãs de ação, e servir mais uma vez como um chamariz para o nome da atriz Charlize Theron nos longas do gênero. Se você gostou dos dois John Wick, esse filme é uma obrigação para você!
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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.