Já virou praxe colocar a atriz Amy Ryan como uma “mãe que tem o filho desaparecido”. Depois da sua indicação ao Oscar por “Medo da Verdade”, em 2008, onde ela interpretou esse tipo de personagem, parece que Hollywood lhe taxou este padrão. Em “Lost Girls: Os Crimes de Long Island” ela justamente vive este tipo de personagem, em uma trama inspirada em fato reais.

Sua personagem é Mari Gilbert, onde após sua filha desaparecer de forma misteriosa, começa a pressionar os investigadores para obter resultados mais rápidos. Aos poucos ela descobre que estes também falharam nas investigações de casos parecidos, e se une às famílias destas vítimas.

A diretora Liz Garbus sabe que o caso mexeu com a mídia e a polícia local, na época do ocorrido, em 2011, e por isso ela optou por retratar o andamento da história como se fosse um misto de noticiário com dramatização. Porém o roteiro de Michael Werwie (com base no livro de Robert Kolker) joga vários assuntos na roda, e não consegue criar uma familiaridade do espectador com as subtramas.

O momento onde Mari começa uma relação com outras famílias cujas filhas também desapareceram da mesma forma, uma delas demonstra ter um comportamento onde claramente o roteiro vai explorar mais pra frente. Porém o texto lhe coloca pra escanteio (assim como outras diversas subtramas), pra focarem na central. Esse erro faz com que o espectador perca um pouco a emoção da trama principal.

“Lost Girls: Os Crimes de Long Island” é um mais do mesmo, que serve como um passatempo sem compromisso, para quem curte longas policiais de investigações.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.