Era uma manhã habitual, acordo, tomo meu café e vejo a programação da tarde nos cinema pelo qual frequento. Me programo para assistir dois filmes, cujas sessões possuem um intervalo de 20 minutos.

Após fazer minhas obrigações de trabalho pela manhã, chegou a hora de ir para minha tarde naquela sala escura, que vem acompanhada daquele aroma de pipoca e a sensação de que sairei satisfeito. Ao chegar no local, o pessoal da bilheteria já sabe quais os filmes que irei conferir (porque haviam apenas duas novas estreias). Nessa interação, até então, já foram algumas conversas breves (mas divertidas) com quatro pessoas.

Eis que finalmente sento naquela sala escura, o assento escolhido é bem na fileira do meio, ao centro da sala. Luzes se apagam, e vejo o trailer de um interessante filme de ação que sairá na próxima semana. Já começo minha empolgação. Mas lembrando que o filme ainda não começou!

Avisos do cinema me lembram para desligar o celular e que agora sim aquela produção estava para começar. Com vários efeitos visuais, uma acústica perfeita e um roteiro espetacular, que me fez adorar ainda mais o primeiro filme. Já estou com o primeiro rascunho da analise em mente.

A sessão acabou, vou conversar com o pessoal sobre as minhas primeiras impressões. Ainda restam 10 minutos e o próximo será uma história mais séria e complexa, então é hora de tomar aquele café maroto. Volto após tomar aquele café e já está começando o segundo longa.

Com um tom mais sério e notoriamente dark, já começo a pensar que será um longa mais complexo para fazer a analise quando chegar em casa. Depois de 130 minutos finalmente cheguei ao desfecho e várias coisas começando a se formar na mente. Mas ao embarcar no transporte para casa, já consegui formatar a opinião geral sobre ele.

Em meio à produção dos textos, recebo algumas mensagens no Whatsapp para dar um “breve comentário” do que estava por vir (afinal, era um blockbuster aguardado). Apenas respondo “vale a pena! Dentre alguns minutos já está no ar!”. Lanço o texto e os comentários nas redes e via Whatsapp começam a surgir. Tem o time que me chama de “louco” ou “retardado” por elogiar o primeiro, mas existe o time que vai pelas minhas palavras e diz que vai ao mesmo local para verificar quando puder.

Agora irei explanar a seguinte resposta sobre o “porque você fez este texto”? O motivo é simples! Poderia ter falado apenas da situação atual que os cinemas nacionais enfrentam, que é não saber quando reabrirão novamente, muito menos qual filme realmente manterá sua data original.

Recordar os bons momentos, e mostrar para muitos que a experiência de ir e viver de cinema, pode ser algo muito mais complexo do que apenas “ver um filme em uma sala escura”.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.