A pedidos dos leitores e seguidores do Engenharia do Cinema, resolvemos fazer essa edição especial do quadro “Vamos Recordar?”, com os longas mais marcantes da carreira de Stanley Kubrick. 

Em meados de 1955, Stanley Kubrick era um jovem cineasta que ainda não era conhecido e estava começando a engatinhar. “A Morte Passou Por Perto” era seu segundo filme e, apesar de ter apenas 67 minutos, breves momentos apresentados conseguiram ser referenciados até então nos cinemas (mas veremos isso no decorrer do texto).

A história acompanha um fracassado boxeador Dave Gordon (Jamie Smith), que acaba defendendo a dançarina Gloria (Irene Kane) de seu amante e patrão, Vinnie (Frank Silvera), que a estava agredindo violentamente. Então, este começa uma perseguição para tentar trazer sua mulher de volta e assassinar Dave.

Não hesito em falar que este é o mais fraco longa da carreira de Kubrick. Claro, pros dias atuais a trama não consegue ser nada além de previsível. Mas pra este tipo de filme, devemos pensar como um mero espectador dos anos 50, justamente em uma época onde o cinema ainda estava começando a nascer mesmo. Porém, mesmo assim, o roteiro de autoria do próprio Kubrick é mais um mero longa sobre “stalker”, onde sabemos exatamente todo o andar da narrativa e tudo soa como banal.

Exceto alguns momentos, onde o personagem Vinnie joga um copo na direção da câmera, quebrando a lente na hora (um truque usado até hoje por vários filmes). E quando este sai perseguindo com um capanga, Dave, nos telhados de Nova York. A cena por mais breve, foi a pioneira em muitas outras que são usadas hoje nos cinemas.

“A Morte Passou Por Perto” realmente não consegue ser um filme marcante, mas se você quer ver às raízes de Kubrick nos cinemas, precisa conferir este filme.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.