Crítica - Absolutamente Impossível - Engenharia do Cinema
Em meados dos anos 70, o humor inglês estava ganhando um novo gás e cara com o grupo do “Monty Pyton”. Com um humor irreverente e satírico, muitos tentam até hoje (e não conseguem), serem tão bons quanto eles eram. Após um tempo sumidos dos holofotes, eles voltam neste “Absolutamente Impossível”, que também foi o último trabalho de Robin Williams (que faleceu em 2014, mas este projeto foi lançado em 2015), mas apenas na voz do cão Dennis.
Aqui um grupo de aliens (dublados pelos próprios membros do Monty, John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones e Michael Palin) resolvem dar um poder absoluto para algum ser humano conseguir transpor a paz e um controle melhor no planeta terra. De forma sortida, eles acabam selecionando Neil (Simon Pegg), que literalmente não sabe o que fazer com tais habilidades.
Apesar de ter sido escrito e dirigido pelo próprio Terry Jones, a todo momento sentimos um forte embasamento no filme “Todo Poderoso” (estrelado por Jim Carrey), mas em uma versão sem graça e caricata. Sim, não sentimos a presença dos clássicos comediantes ingleses se entrelaçando em momentos hilários com Pegg (que até consegue tirar alguma graça, brevemente). Tudo soa meramente rasteiro e cansativo, transformando os 82 minutos, em quase duas horas e meia.
Por se tratar de um filme com um orçamento pequeno, os efeitos visuais na concepção dos aliens e afins são extremamente no nível de “Cats” (que tinha um orçamento maior, e foi vergonhoso).
A sensação de ver a comédia inglesa “absolutamente impossível” se transforma em tortura, quando não há nada de novo ou realmente engraçado, com uma história pífia e genérica.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.