Crítica - Killing Eve: Dupla Obsessão (1ª temporada) - Engenharia do Cinema
Lançada em 2018, a série “Killing Eve: Dupla Obsessão” teve seu público conquistado aos poucos. Apostando na imagem da talentosa atriz Sandra Oh (que acabou de vir de “Grey’s Anatomy”) e na novata Jodie Comer para fazer sua coadjuvante, era uma tentativa arriscada. Felizmente sua criadora, Phoebe Waller-Bridge (protagonista da série “Fleabag”), estava ciente do potencial de ambas.
A história é a mais habitual possível, onde a agente Eve Polastri (Oh) investiga uma assassina (Comer) que vem cometendo diversos assassinatos pelo mundo. Ao mesmo tempo vemos a própria cometendo estes delitos, de uma forma bastante esdruxula e sempre deixando pegadas propositalmente.
Se não fosse o talento da dupla protagonista, sem dúvidas essa série não teria passado nem da primeira temporada. Mas o show fica mesmo sob a própria Comer, que literalmente rouba a cena a todo momento nesta temporada. Vivendo uma verdadeira antagonista, pelo qual acabamos criando afeto por ela cada vez mais e, inclusive, rindo de algumas de suas atitudes (quase sempre regadas a sangue). Ela brica com a sua imagem de femme fatale e se torna um ótimo exemplo de utilização do termo na dramaturgia.
Infelizmente chega uma hora que o roteiro de Phoebe fica tão previsível em alguns arcos, que só esperamos mais a atuação dos personagens nestas situações (não vou adentrar em spoilers, mas quem está vendo ou já viu sabe do que estou falando).
Com oito episódios, a primeira temporada de “Killing Eve: Dupla Obsessão” é divertida, consegue nos entreter e nos puxar para uma maratona sem que nos damos conta.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.