Este é mais um mero caso semelhante ao recente “Durante a Tormenta”. Realizado na Espanha e tendo no elenco um dos atores da famosa série “La Casa de Papel”, o filme “O Silêncio do Pântano” foi adquirido pela Netflix para ser exibido na plataforma no mundo (sendo exibido nos cinemas apenas no seu país de origem), com o propósito de conseguir público em cima do sucesso do ator Pedro Alonso (conhecido por viver o personagem Berlim, na série citada). Infelizmente este objetivo é o único chamariz para esta bomba, que provavelmente vai pegar muita gente.

Baseado no livro de Juanjo Braulio, Alonso interpreta um escritor, que em meio a produção de um novo livro, resolve sequestrar o professor universitário Carretero (José Ángel Egido), que possui ligação com o tráfico de drogas para ver se consegue bolar inspirações para sua narrativa. Mas à medida que ele vai cometendo atitudes complacentes com a realidade, sua vida é colocada em cheque.

Este é um daqueles filmes onde o diretor (no caso Marc Vigil) tenta vender uma complexidade, em algo que não há. O principal problema é que ele procura focar na mente do protagonista, mas esquece de nos fazer criar afeição com ele e sua trama. Em momento algum conseguimos torcer pelo protagonista, muito menos ter medo da presença do assassino que está lhe perseguindo.

As cenas de drama e suspense soam completamente vazias e desinteressantes, por conta deste quesito. Quando nós pensamos que não ia piorar, nos damos conta que começamos a lutar contra o sono iminente que o tal “silêncio” prega no filme.

Quando o final de “O Silêncio do Pântano” chega, damos graças a Deus que podemos pular para outro filme na plataforma da Netflix.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.