Crítica - Milagre na Cela 7 - Engenharia do Cinema
Há tempos muitos pediram para comentar este filme, porém, creio que este tipo de obra deve ser avaliado calmamente e quando nós estamos com uma boa consciência, em meio datada situação que vivemos. Bom, há quase um mês, “Milagre na Cela 7” tem sido um dos maiores sucesso da Netflix, estando nas primeiras colocações dos mais assistidos na plataforma até então. Mas muitos não sabem que este filme turco é uma refilmagem de uma comédia sul-coreana rotulada de “7-beon-bang-ui seon-mul” (SÉRIO).
A história se passa nos anos 80 e mostra o autista Memo (Aras Bulut Iynemli), que acabou sendo condenado a pena de morte após ser acusado de assassinar a filha de um poderoso general. Mas aos poucos sua relação de amor com sua própria filha (Nisa Sofiya Aksongur) e seu comportamento da prisão, começam a provar para todos que ele realmente foi inocente.
A começo de conversa, sim, este filme fará você chorar se for do time dos mais sensíveis e não ter visto outras obras do gênero recentemente. O roteiro da dupla Özge Efendioglu e Kubilay Tat procurou não fugir dos padrões do estilo de longas que se passam em prisões/tribunal, ou seja, se você se lembra de produções como “Uma Lição de Amor” e até mesmo “A Espera de Um Milagre”, não vai se surpreender em nada aqui.
Mas isso não significa que “Milagre na Cela 7” possua sua imagem própria, pois o show fica na atuação brilhante de Iynemli. Desde a sua primeira cena, sentimos aquele aperto no coração em meio às situações degradantes que ele vivia. Seus momentos com a pequena Aksongur, sem dúvidas são os mais emocionantes e a atriz mirim possui ótima química com ele.
“Milagre na Cela 7” realmente é um filme muito emocionante, mas que não fará você chorar tanto como falam.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.