Especial Martin Scorsese: Ilha do Medo - Engenharia do Cinema
Desde “Cabo do Medo”, Scorsese não dava as caras no gênero suspense como deu em “Ilha do Medo”, sua terceira parceria com o ator Leonardo DiCaprio. Baseado no livro de Dennis Lehane, a história mostra o primeiro como o detetive Teddy, que junto ao seu parceiro Chuck (Mark Ruffalo), viaja até uma misteriosa ilha que abriga um hospital psiquiátrico, para investigarem um crime. No local, o primeiro começa a colocar sua sanidade a prova.
A psique de seus protagonistas foi algo muito explorado pelo cineasta em seus primórdios nos anos 70/80 com filmes como “Taxi Driver” e “O Rei da Comédia”. Aqui tudo e todos soam realmente como suspeitos e ficamos adentrados para tentar entender o que realmente acontece até o desfecho.
Através da fotografia acinzentada de Robert Richardson, conseguimos sentir que o clima do próprio ambiente já é pesado por si só. Mas a grande jogada do filme foi a abordagem do suspense psicológico, pois nós adentramos na mente de Teddy, de certa forma, que começamos a vivenciar as investigações junto a ele. Isso foi possível também graças a atuação de DiCaprio, que mais uma vez estava excelente.
“Ilha do Medo” é um suspense psicológico bem diferente, que desencadeou uma nova onda de produções com qualidade inferiores, mas do mesmo estilo.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.