Crítica - Distúrbio - Engenharia do Cinema

publicado em:9/05/20 4:36 PM por: Gabriel Fernandes Amazon PrimeCríticasFilmesTexto
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Steven Soderbergh é um diretor que dispensa comentários, quando se trata de tramas divertidas com um enorme elenco de renome. Divergindo desses dois parâmetros, ele resolveu inovar em “Distúbio”. Além de se tratar de ser seu primeiro filme de horror na carreira com apenas duas atrizes conhecidas em seu elenco (Claire Foy e Juno Temple), ele foi inteiramente filmado com um Iphone 7, em resolução 4K (SIM! ELE FILMOU O FILME COM UM CELULAR!). Mas isso não é sinal de qualidade ao longa, pois apesar de ter sido bem filmado, existem diversos problemas em sua estrutura narrativa.

Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)

A história mostra a empresária Sawyer Valentini (Foy), que vive em condições onde não sabemos exatamente o que se passa com ela, a não ser que ela possui constantes ilusões com um misterioso homem. Eis que ao assinar um plano em uma seguradora, ela acaba sendo internada involuntariamente em uma clinica psiquiátrica, justamente onde aquele trabalha.

Imagem: 20th Century Studios (Divulgação)

O principal problema no enredo estabelecido pela dupla James Greer e Jonathan Bernstein (“Sorte no Amor”), é o excesso de erros e furos notórios mediante as situações apresentadas, pelas quais tentam seguir o padrão dos filmes de assassinos, só que a “burrice” acaba sendo frustrante (não é spoiler, mas vou dar o exemplo: um personagem é morto é um lugar x, com várias pessoas ao redor. Ninguém da a minima ou se toca que aquele ta morto).

Por ventura, Foy é uma excelente atriz e consegue transpor o desespero e sensação claustrofóbica que a personagem sente dentro da clinica a todo momento (algo que Soderbergh soube trabalhar também) e o medo de se encontrar com seu stalker, e se aquilo é realmente real. Sendo interpretado por Joshua Leonard, ele mostra ser mais que o caractere é um “louco sem noção”, do que uma figura realmente assustadora.

“Distúrbio” é mais um longa de horror genérico, que literalmente se segurou e se vende apenas como o “O filme filmado com um Iphone” e nada mais aquém. Acho que se tivesse um roteiro mais bem trabalhado, sem duvidas teria realmente funcionado como “A Bruxa de Blair” em 2000.

Gabriel_Fernandes

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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