Crítica - The Last Days of American Crime - Engenharia do Cinema
Em meio ao sucesso dos recentes “Esquadrão 6” e “Resgate”, a Netflix lança agora “The Last Days Of American Crime”. Dirigido por Oliver Megaton (das franquias “Busca Implacavel” e “Carga Explosiva”), o filme é um claro exemplo de que os produtores deveriam ter agido com relação a sua metragem, pois uma produção deste porte não deve ser lançada ao público com 2h30 de duração.
Baseado na HQ de Rick Remender e Greg Tocchini, a história mostra uma sociedade dominada pelo crime. Para isso o governo resolve implantar no cérebro dos criminosos um dispositivo que inibe eles de cometerem crimes. É quando o ladrão Graham Bricke (Edgar Ramirez), resolve se juntar com Shelby Dupree (Anna Brewster) e Kevin Cash (Michael Pitt) para realizarem um audacioso último roubo.
A começo de conversa, para um filme desta metragem acredito que deveria ter uma exploração melhor do quadro político que levaram a esta situação do dispositivo. Ao invés disso, ocorrem alguns takes com discursos aleatórios de políticos na televisão e nada mais além, ou seja, isso não é “importante”. Há também o arco do policial interpretado pelo ator Sharlto Copley (“Distrito 9”), que até agora não consegui entender o que ele estava fazendo lá, e qual era sua importância.
O trio protogonista é bem padrão, onde temos um Ramirez sendo o casca grossa, Brewster vivendo a famme fatale (uma mulher sensual, que sabemos que vai fazer besteira) e Pitt interpretando mais uma vez o “louco” do filme. A direção de Megaton em cima deles, não é realmente boa, pois ela utiliza recursos habituais para apresentar coisas que já sabíamos há tempos (como um enquadramento indicando que a visão está sendo de algum personagem, ao invés da câmera).
Somente nestas menções, facilmente poderiam ter sido excluídos até 50 minutos do filme (fazendo ter uma considerável duração de 100 minutos). Mas alto lá, não estamos falando de uma bomba gigantesca, muito pelo contrário. Esse é o típico longa para se ver apenas com o propósito de passar o tempo, sem exigir muito, pois é o clássico estilo de “filme de ação B”.
“The Last Days Of American Crime” poderia ter sido bem menor, e tentado explorar devidamente seus assuntos. Mas optou por deixar várias peças soltas e mal aplicadas, com o objetivo apenas de entreter os menos exigentes.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.
Bem isso aí. Pulei do começo do segundo ato diretamente para o final. Sei que não perdi nada.