Essa é uma daquelas séries que começou de forma acanhada no canal HBO, como criação de um ator que até então não havia ganhado destaque, muito menos dirigido absolutamente nada. O nome deste é Bill Hader e a série se chama “Barry”.

Sensação nos EUA e nas principais premiações da televisão, o seriado explora a história de um matador de aluguel chamado Barry (Hader) que, repentinamente após assistir uma aula de teatro enquanto seguia uma vitima, resolve parar de exercer sua profissão e ser ator.

É inevitável você perceber de imediato as referências aos clássicos de máfia dirigido por Martin Scorsese (vide “Os Bons Companheiros” e “Cassino”), com as comédias dos anos 90. Notório e assumidamente fã delas, Hader explora muito bem este universo e nos faz cada vez mais tentar entender os sentimentos de seu personagem (que apesar de resolver mudar os rumos de sua vida, segue frio e calculista). Porém, o humor que reina aqui é o negro, pois piadas envoltas a assassinatos, torturas e outras coisas no mesmo estilo.

Sua atuação também se assemelha, inclusive, a do veterano Leslie Nielsen, pois, mesmo passando por diversas situações delicadas e malucas, ele mantém sua cara de sério e consciente de tudo que está acontecendo (e às vezes isso acaba sendo engraçado). Outro ator que chega a roubar a cena e está muito bem é Henry Winkler (que interpreta o professor de teatro, Gene), em uma interpretação hilária em alguns momentos (mas sem apelar pelos mesmos recursos do protagonista).

A primeira temporada de “Barry” é feita para quem gosta de um determinado tipo de humor e, sem dúvidas, se você não é fã de piadas envolvendo humor negro, recomendo que evite esta série.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.