Crítica - O Segredo de Brokeback Mountain - Engenharia do Cinema

publicado em:19/06/20 9:22 AM por: Gabriel Fernandes CríticasStreamingTelecine PlayTexto
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Em 2020, “O Segredo de Brokeback Mountain” irá completar 15 anos de seu lançamento e até hoje pode-se dizer que foi o filme que sacudiu o cinema e foi um dos primeiros a gerarem grandes polêmicas em torno ao homossexualismo. Vencedor do Óscares de direção para Ang Lee, roteiro adaptado e trilha sonora, ainda chegou a ser indicado para mais cinco (inclusive como melhor filme). Sua derrota na categoria principal vem sido discutida até hoje, pois enquanto alguns alegam homofobia, outros alegam a péssima campanha da sua produtora Focus Features (que, literalmente, mandou cópias do vencedor daquele ano, “Crash – No Limite”, para todos os votantes daquela edição).

Imagem: Focus Features (Divulgação)

A história se passa nos anos 60 e gira em torno dos Cowboys Ennis (Health Ledger) e Jack (Jake Gyllenhaal), que são contratados para cuidar de um rebanhos de ovelhas, na montanha de Brokeback. Mas, à medida que os dias avançam, ambos começam a se apaixonar pelo outro e tem um caso. Devido a morarem em regiões distintas, eles acabam se encontrando apenas alguns anos depois, já com esposas e filhos e descobrem que ainda estão apaixonados.

Imagem: Focus Features (Divulgação)

Nos primeiros 30 minutos vemos que é um filme segurado em grande parte pela atuação da dupla central vivida por Ledger e Gyllenhaal (que eram grandes amigos na vida real), pois vemos apenas os dois nas montanhas e se envolvendo aos poucos durante essa metragem e mais nada além. Mas porque Lee ganhou o Oscar? O motivo é simples! Ele optou por ser bastante sigiloso e saber trabalhar tudo isso com o espectador, através de uma direção sutil. Seja com a passagem de tempo vista apenas pelo crescimento dos filhos de ambos, pelos olhares do casal de amantes e até mesmo da esposa de Ennis, vivida por Michelle Williams (que chegou a ficar noiva de Ledger e teve uma filha com ele após as filmagens).

Sua personagem chega a roubar a cena, pois seus olhares representam o quão a situação se tornou um peso em sua vida, devido a enorme paixão que ela sempre teve por seu marido. Nestes momentos começamos a notar como a trilha sonora age, pois ela não costuma a aparecer em quase nenhum destes e só quando os protagonistas estão sozinhos ou juntos, ou seja, ela é a representação do sentimento deles (levando uma outra justificativa para a vitória dela no Oscar).

“O Segredo de Brokeback Mountain” é um filme belo, forte e impactante, que, por mais que os tempos se passem, nunca deixa de ser atual.

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Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.



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