Crítica - O Grito: Origens (1ª Temporada) - Engenharia do Cinema
Criado no final dos anos 90, pelo japonês Takashi Shimizu (que tive o prazer de conhecer no último ano), a franquia “O Grito” demonstrou um enorme desgaste nos últimos anos. Com um péssimo reboot lançado no inicio deste ano, agora o universo teve seu primeiro seriado lançado pela Netflix. Rotulado de “O Grito: Origens“, o resgate da fórmula original é notável lentamente nesta primeira temporada que teve apenas seis episódios.
Com seis episódios tendo cerca de 27 minutos cada, a série se passa em duas épocas temporais e vemos a investigação do escritor paranormal Odajima (Yoshiyoshi Arakawa) com a atriz Haruka Honjo (Yuina Kuroshima), em uma casa mal assombrada, onde ambos descobrem ter uma ligação forte dentre eles e o imóvel.
Sob direção de Sho Miyake, a série parece ser bastante confusa até o capítulo quatro. Várias coisas e situações distintas são jogadas em cena e as vezes não conseguimos entender absolutamente nada que o roteiro da dupla Yō Takahashi e Takashige Ichise, querem mostrar (o que causa demérito também na edição). Mas para quem possui mais uma bagagem na franquia e conhece muito bem o universo, vai conseguir se adaptar facilmente após o episódio citado (ou seja, você deverá conhecer a criação de Shimizu, antes de se aventurar).
Porém já aviso de antemão que essa é uma série impactante em vários aspectos, seja no que o roteiro expõe ou pelo excesso de violência (com algumas cenas regadas a gore). Se você é sensível, já recomendo que passe longe desta série.
“O Grito: Origens” consegue ser melhor que o reboot lançado no inicio do ano, mas ainda sim funciona mais como um fan-service do que uma série para apresentar a franquia para um novo público.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.