Esta é aquela tipica produção francesa que tenta reciclar o sucesso de longas estadunidenses como “Um Tira da Pesada” e “Maquina Mortífera“, mas não acaba dando certo devido ao roteiro. “Belleville Cop: O Agente Francês” cai exatamente neste paradigma e se mostra um mais do mesmo, mas bastante fraco.

A história gira em torno do policial francês Sebastian ‘Baaba’ Bouchard (Omar Sy), que é transferido para Miami após seu parceiro ser brutalmente assassinado. Lá ele acaba tendo de ser parceiro do atrapalhado Ricardo Garcia (Luis Guzmán), e juntos ambos tentarão descobrir o que motivou o assassinato daquele e combater uma poderosa gangue do tráfico de drogas.

O roteiro de Rachid Bouchareb (que também assina a direção), Larry Gross e Marion Doussot é uma tremenda bagunça. Apesar de ter dois atores e comediantes muito bons, em momento algum ele demonstra uma tentativa de explorar o talento deles. Há diversas situações que são jogadas e pessimamente exploradas, como a relação de ambos com suas próprias mães. Como é o caso da mãe de Sebastian, vivida pela cantora argeliana Biyouna. A todo momento é tentado fracassadamente tirar alguma graça ou que ela “roube a cena”, mas não consegue funcionar em nada.

Outra questão é que o filme tenta vender este como um policial “dependente da mãe” e “juvenil”, mas isso é apresentado de forma tão rasteira que não há como sentirmos este sentimento no personagem. Mas felizmente o longa tem como ponto positivo o fato de preservar a linguagem, pois ele fala francês com os personagens desta nacionalidade e em inglês nas demais (algo que não chega a ser realizado frequentemente pelo cinema).

“Belleville Cop: O Agente Francês” é uma tentativa frustrada de tentar tirar humor de situações já conhecidas, e que acabam sendo readaptadas porcamente.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.