Crítica - Rede de Ódio - Engenharia do Cinema
Em meio há diversos lançamentos do cinema mundial na Netflix, de vez em quando surge um exemplar realmente bom. O que é o caso do polonês “Rede de Ódio“, que faz parte da seleção do Festival de Tribeca deste ano e aparentemente será o longa da Polônia para a corrida do Oscar 2021.
Imagem: Netflix (Divulgação)
A premissa reflete e muito com a realidade atual do mundo (principalmente no Brasil), e mostra o jovem Tomasz (Maciej Musialowski) que foi expulso da faculdade de direito por má conduta e começa a buscar novas empreitadas. É quando ele usa suas habilidades nas redes sociais e como hacker, para arrumar um emprego em uma empresa de marketing. Mas os propósitos desta são justamente voltados para “queimar reputações” nas redes, algo que ele passa a ir mais além do que imaginava ir.
Imagem: Netflix (Divulgação)
Logo nos primeiros minutos, o roteiro de Mateusz Pacewicz faz com que nós espectadores consigamos embarcar na narrativa por causa de um fato simples: o excesso de identificação do nosso dia a dia, e com a sociedade mostrada no filme. Fazendo um reflexo de quão o ser humano pode ser tóxico para conseguir o que quer, em qualquer situação, o filme apresenta estes arcos muito bem e sem exagerar para a ficção.
Isso faz com que nos importemos com o antagonismo de Tomasz, pois vemos que tudo que é feito por ele, possui um motivo plausível (e sempre acompanhado por uma ácida crítica social). Inclusive não duvido que o nome de Musialowski esteja envolvido em grandes produções nos próximos anos (porque a interpretação dele em seus olhares e feição é espetacular).
Em tempos de cultura do cancelamento e de ódio gratuito começarem a dominar nas redes, “Rede de Ódio” pode ser uma excelente pedida para ser conferida e discutida na própria internet.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.