Hollywood ainda não aprendeu que se fazer um remake ao pé da letra de produções estrangeiras não é a melhor saída para “vender” o original. “Downhill” é uma refilmagem do longa de 2014, “Força Maior“, realizado entre a parceria com a Dinamarca e França. A história é exatamente a mesma e às situações o tempo todo soam meras cópias, aos quais não acrescentam nada de novo e só transpõem cansaço ao espectador.

Imagem: Searchlight Pictures (Divulgação)

O enredo gira em torno do casal Billie (Julia Louis-Dreyfus) e Pete (Will Farrell), que decidem viajar até os Alpes Suíços com os dois filhos para curtirem as férias e esquiarem. Mas, após uma inesperada avalanche atingir a varanda do hotel onde estavam, traumas e mal-estar começam a vir à tona na vida do quarteto.

Imagem: Searchlight Pictures (Divulgação)

O roteiro de Jesse Armstrong, Nat Faxon e Jim Rash (estes dois últimos assinam a direção) não consegue transpor vida, muito menos uma imagem plausível ao longa. A todo momento as situações soam como forçadas e desinteressantes (sendo inclusive um dos piores trabalhos nas carreiras de Farrell e Dreyfuss) e os 82 minutos de duração parecem ser uma eternidade.

Apesar de ter sido uma cópia descarada do original, a grande ironia é vermos que o ator Kristofer Hivju está participando em uma ponta neste remake (talvez lhe pagaram bem para fazer isso). Outro quesito bastante descarado são as cenas de tensões que são pessimamente realizadas por Faxon e Rash aos quais, em momento algum, conseguimos ter a tensão dos personagens presentes.

“Downhill” é mais um exemplo que em tempos de “Parasita“, Hollywood ainda precisa ensinar a seu espectador que o cinema tem muito mais coisas quando se “lê legendas”.

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.