Este é mais um daqueles filmes que foram feitos exatamente com este propósito: encher o catálogo de serviços streaming e serem reprisados com exaustão por programas como “Sessão da Tarde“. Com uma premissa que mescla road-movies (filmes que se passam em estradas), puberdade e conflitos na sociedade, “100 Quilos de Estrelas” parecia mesmo (em um primeiro momento) ser um longa sobre bulimia, mas depois acaba se perdendo.

Imagem: (Divulgação)

A história gira em torno da jovem Lois (Laure Duchene) que, após ter uma crise de bulimia, acaba sendo enviada para uma clínica para tratar este problema. Mesmo sendo um pouco acima do peso, ela ainda sonha em se tornar astronauta um dia e resolve fugir da clínica com suas outras três colegas de quarto para ir até Toulouse, com o propósito de participar de uma feira de invenções da NASA.

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O roteiro, da dupla Anaïs Carpita e Marie-Sophie Chambon (que também assina a direção), procurou os caminhos mais fáceis para mostrar essa história. Temos quatro adolescentes que não se encaixam nos padrões normais e cada uma tem seu obstáculo. Seja homossexualidade, obesidade, timidez e falta de movimento nas pernas. São problemas reais e ficam piores na época de puberdade, isso é um fato e os momentos são brevemente bem pautados. Mas a narrativa acaba se perdendo um pouco devido a pressa em terminar a trama (que nem chega aos 90 minutos).

Em quesito das atuações, elas são muito boas e o destaque vai para as quatro atrizes protagonistas que são Laure Duchene, Angèle Metzger, Pauline Serieys e Zoé De Tarlé. Elas sabem que o texto é simples e a trama vai se segurar pelas atuações delas, que funcionam e nos fazem adentrar ainda mais na vivência delas.

“100 Quilos de Estrelas” é um filme esquecível, clichê e pessimamente executado. Uma lástima, pois o trailer deu a entender que seria uma produção muito boa mesmo…

Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.