Crítica - Convenção das Bruxas (2020) - Engenharia do Cinema
Nos últimos anos a Warner vinha tentando trazer à tona um remake do clássico “Convenção das Bruxas“. Baseado na clássica obra de Roald Dahl (que também escreveu o livro de “A Fantástica Fábrica de Chocolates“), eles conseguiram trazer para o time de produtores nomes fortes como Robert Zemekins, Guilhermo Del Toro e Afonso Cuarón. Mas, mesmo tendo estes como responsáveis pelo filme, não significa que a qualidade deste seja boa.
Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)
A história gira em torno de um jovem garoto (Jahzir Bruno), que, após perder seus pais em um acidente de carro, acabou sendo enviado para morar com a sua vó (Octavia Spencer). Mas, após ele presenciar a aparição de uma bruxa misteriosa, esta resolve que eles deverão viver por uns dias em um famoso hotel de sua confiança. Mas eles não imaginavam que no mesmo local seria sediada uma convenção das bruxas.
Imagem: Warner Bros Pictures (Divulgação)
Não hesitarei em falar que cresci vendo a versão de 1990, protagonizada por Angelica Huston e Rowan Atkinson (sim, o Mr. Bean fez a primeira versão). Embora Zemenckis alegue que se inspirou totalmente no livro, já vemos nos primeiro 10 minutos que temos uma obra completamente divergente da versão de 30 anos atrás e agora é uma obra mirada mais para o público infanto-juvenil. Enquanto antigamente os efeitos e maquiagens era totalmente práticos, agora o CGI permite tudo ser trabalhado na melhor forma (de fato, quem estava acostumado com a versão clássica, irá sentir um enorme estranhamento). Embora a trama continue sendo a mesma, a sensação que a Warner deseja transformar o filme em uma futura franquia é eminente (enquanto no original, o ciclo se encerrava no final da produção).
Mas o estranhamento maior se dá por duas questões (pelas quais acredito que a maioria vai concordar): Octavia Spencer já interpretar uma avó (embora ela esteja muito bem e ser uma ótima atriz, não foi uma escolha certa) e a péssima atuação de Anne Hathaway (que com um tipico sotaque inglês forçado, consegue apenas fazer caras e bocas. Nada mais além disso.) que é realmente uma forte candidata ao framboesa de ouro. Porém, confesso que se você procurar um divertimento infantil e escapista, possivelmente sua consideração final será positiva.
O novo “Convenção das Bruxas” consegue ser bem inferior ao original, mas ainda sim possui bons efeitos visuais e um forte estilo beirando ao expressionismo.
Gabriel Fernandes: Engenheiro de Computação, Cineasta, Crítico de Cinema e agora Radialista na Rádio RVD, resolveu compartilhar seu conhecimento sobre cinema com todos aqueles que apreciam essa sétima arte.